Participantes

  • Amanda Queiroz Moura (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Catherrine Thiene Rossini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Claudia Regina Boen Frizzarini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Elielson Sales (Doutorando em Educação Matemática A imagem no ambiente informatizado enquanto elemento facilitador para o ensino de geometria com criança surda)
  • Elizabete Leopoldina da Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Eloísa Jussara de Souza Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Lessandra Marcelly (Doutoranda em Educação Matemática)
  • Miriam Godoy Penteado (Coordenadora)
  • Renato Marcone (Doutorando em Educação Matemática)
  • Vanessa Cintra (Doutoranda em Educação Matemática)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Conviver com a diferença ...

sugiro aqui a entrevista com Roseni Cardoso, coordenadora do SEEDUC/RJ e que fala da educação especial na perpectiva da educação inclusiva, das dificuldades e avanços e da formação de professores para que possam se envolver com a proposta de uma educação inclusiva.

A reportagem traz a indicação de outros endereços na internet com matáérias sobre o assunto.

confiram a entrevista que transcrevo na integra


Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva
Conviver com as diferenças e aprender junto com as pessoas com deficiência. Este é o foco que a Educação Inclusiva tem. A construção de uma escola inclusiva implica superar algumas dificuldades, em especial, o preconceito latente construído historicamente em nossa sociedade. Para falar sobre as ações e a política que a Secretaria de Estado de Educação vem desenvolvendo para viabilizar a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular, o Portal Conexão Professor entrevistou Roseni Silvado Cardoso, Coordenadora da Educação Especial da SEEDUC. Para Roseni, as crianças com deficiência devem ser incluídas no ensino regular desde pequenas para que possam se relacionar naturalmente com os colegas, aprender com eles e, assim, se desenvolverem.A coordenadora elogia ainda os trabalhos que vêm sendo realizados pela SEEDUC e pelo MEC para acabar com a segregação em nossas escolas, e acredita que todo este esforço já está gerando frutos. Atualmente, a Rede Pública Estadual atende cerca de seis mil alunos com deficiência. Confira a entrevista:

Conexão Professor (CP) – O que é preciso fazer para transformar a escola regular em um espaço preparado para trabalhar com alunos com deficiência?
Roseni Cardoso – Antes de falarmos em ações, metodologias e recursos, é preciso entender que essa população com deficiência estava segregada. Alguns, infelizmente, continuam fora ou à margem da escola regular. Esse alunado, em alguns casos, é estranho no contexto escolar e, em decorrência disso, ainda encontramos resistência de alguns professores e diretores. Muitos acreditam que esses estudantes não têm condições de frequentar a escola regular. Portanto, o primeiro passo que damos em todas as nossas capacitações é sensibilizar os diretores e professores. A maioria deles, nos cursos iniciais, tanto de Nível Médio quanto de Nível Superior, não viu nada em relação a como se trabalhar com alunos com deficiência, nem lidar com essa realidade.São vários os dispositivos que preconizam que as escolas precisam se preparar para realizar um atendimento a todos os alunos e dentro desse “todos” estão os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e também os superdotados. Existe um pré-conceito de que o superdotado está incluído, mas não está. Ele às vezes está dentro da escola, mas não está sendo bem atendido. Estes são o público-alvo da Educação Especial.

CP - Quais são as principais ações que a SEEDUC vem promovendo no sentido de ampliar essa inclusão?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece vários cursos de capacitação aos professores da rede, focados no seu público-alvo: alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com superdotação.Antes de começarmos todos os nossos cursos de formação, nós fazemos um grande seminário. Ali falamos sobre política de inclusão e sobre o direito de acesso, permanência e aprendizado do aluno com deficiência na escola regular. Nós ainda encontramos diretores dizendo que não matriculam alunos com deficiência porque a escola não está preparada. Precisamos dar um cunho mais ameno, mas o que a gente precisa mesmo, mais do que da legislação, é de uma sensibilização dos professores e diretores quanto a esse direito dos alunos com deficiência. São pessoas, são seres humanos que sonham, que têm desejos, que querem estar e se relacionar com os outros. Por que tem que existir essa separação? Este é um tipo de preconceito que infelizmente está enraizado na nossa sociedade. Entretanto, já percebemos mudanças significativas em várias instâncias visando a inclusão social.As pessoas não estão acostumadas a interagir com essas diferenças porque foram criadas separadamente. Mas se a gente hoje colocar estes meninos desde a Educação Infantil na escola regular, convivendo com todas as outras crianças, os futuros adultos serão bem diferentes de nós, porque terão a oportunidade de conviver com a diferença e entender que essas pessoas pertencem ao grupo social. Tudo vai ser muito mais natural. É uma via de mão dupla: não só o deficiente aprende com o não deficiente, como também o não deficiente aprende muito sobre a questão da humanidade, de se relacionar com aquele colega que tem características diferentes.Então, é essa compreensão que a gente precisa discutir na escola. Não queremos impor nada, até porque a legislação nos ampara. A gente quer é sensibilizar as escolas para que elas sejam realmente democráticas, acolhedoras, que respeitem as diferenças e que se preparem para lidar com elas.

CP – Como a Secretaria de Estado de Educação vem trabalhando a questão da formação continuada dos professores da rede para que eles entendam e saibam lidar com as necessidades educacionais especiais desses alunos?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece cursos que abordam a educação do público alvo da educação especial. Nós dividimos o curso por módulos para que o professor possa saber qual é a demanda de cada um e quais as respostas pedagógicas que a escola tem para oferecer a esses alunos com deficiência. Oferece também cursos de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), de Braille, de Tecnologias Assistivas etc. Além destes cursos de formação, viabilizamos a participação de intérpretes de LIBRAS, que atuam na sala de aula com aluno surdo incluído.Outros apoios são disponibilizados nos quatro Centros de Referência da SEEDUC.O CAP (Centro de Apoio Pedagógico ao Atendimento de Pessoas com Deficiência Visual) é responsável pela produção de material em braille e em alto-relevo para alunos cegos e escrita ampliada para alunos com baixa visão da Rede Estadual. O NAAH / S é o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação. Este centro presta atendimento educacional especializado aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação e é responsável pela capacitação e orientação dos professores dos NAPES e das Salas de Recursos da Rede Estadual. O CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez) visa socializar, de forma itinerante, informações sobre a educação dos surdos, divulgar e propiciar o atendimento às suas necessidades e ressaltar a importância do aprendizado da língua portuguesa como segunda língua, tornar conhecida a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e capacitar os professores da Rede Estadual. Já o NAPES (Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado), presente em todas as coordenadorias do estado, oferece, também de forma itinerante, orientações e capacitações aos professores das classes comuns, garantindo um atendimento pedagógico adequado às necessidades educacionais dos alunos, principalmente daqueles com deficiência.O CAP, o NAAH / S e o CAS são parcerias entre a SEEDUC e o MEC. O Ministério da Educação está investindo, dando aos estados e municípios todo um suporte para que nós possamos atender esses alunos.Também temos as Salas de Recursos Multifuncionais, com atividades pedagógicas complementares ao ensino regular para alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento incluídos na classe comum, além de propiciar atividades suplementares para alunos superdotados. Outros dois exemplos de programas e projetos desenvolvidos em parceria com o MEC são o Programa Escola Acessível, por meio do qual foi conseguida uma verba para que algumas escolas construíssem rampas, banheiros adaptados, corrimão e chão tátil, para o aluno poder se situar melhor na escola, e a distribuição de notebooks para todos os alunos cegos do Ensino Médio.

CP – Você poderia explicar as diferenças entre as denominações “Educação Especial” e “Educação Inclusiva”?
Roseni Cardoso – Realmente tem gente que confunde, pensa que uma substitui a outra, porém são duas coisas completamente diferentes. A Educação Especial consiste em procedimentos, recursos os quais o professor vai oferecer ou se utilizar para dar condições aos alunos com deficiência de aprender, portanto, é uma modalidade de educação escolar. Já a Educação Inclusiva é uma política que visa garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos através da constituição de uma escola competente e atraente que atenda às necessidades educacionais, especiais ou não, de todos os alunos da escola e por consequência minimizando o índice de evasão escolar.

CP – Qual foi a sua maior vitória em todos esses anos de dedicação à educação inclusiva?
Roseni Cardoso – O que mais me gratifica e que me faz pensar que vale a pena continuar é ver que esses alunos estão progredindo, estão avançando na escolarização, chegando ao Ensino Médio e alguns, inclusive, ingressando em universidades.

Quer saber mais sobre Educação Inclusiva?
Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva Vontade política faz do C.E. Stella Matutina um dos destaques em Educação InclusivaC.E. Brigadeiro Schorcht: uma realidade de inclusão educacional Quando a força de vontade vence o medoComunique-se através da LIBRASCAP de São Gonçalo: capacitação e sensibilização para os professores da redeMEC Daisy: mais autonomia aos deficientes visuaisUma nova forma de ver a vidaCONECTE-SE

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