Participantes

  • Amanda Queiroz Moura (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Catherrine Thiene Rossini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Claudia Regina Boen Frizzarini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Elielson Sales (Doutorando em Educação Matemática A imagem no ambiente informatizado enquanto elemento facilitador para o ensino de geometria com criança surda)
  • Elizabete Leopoldina da Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Eloísa Jussara de Souza Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Lessandra Marcelly (Doutoranda em Educação Matemática)
  • Miriam Godoy Penteado (Coordenadora)
  • Renato Marcone (Doutorando em Educação Matemática)
  • Vanessa Cintra (Doutoranda em Educação Matemática)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os números do Censo do IBGE de 2000 revelam o desafio que é entrar e permanecer na escola no Brasil e como o sistema educacional é excludente de uma forma geral,mas especialmente com as pessoas com deficiência.
No Brasil, 28% da população, com 15 anos ou mais, tinha nada ou menos de 4 anos de estudo, mais de 33 milhões de pessoas. Horrível, né? Uma incrível massa de excluídos.
Mas se consideradas só as pessoas com algum tipo de deficiência esse número sobe para 49%, quase 11 milhões de pessoas com a vida e o desenvolvimento marcados pela exclusão.
No Ceará, os números são mais marcantes: 41% da população em geral tinha menos de 4 anos de escolaridade em 2000, chegando a impressionantes 61% entre as pessoas com deficiência, quase 708 mil pessoas.
2010 é ano de Censo. Poderemos verificar o quão esses números melhoraram e avaliar o impacto real das políticas públicas de inclusão desenvolvidas pelos respectivos Governos.

As tabelas do IBGE e mais em:
http://www.inclusaoediversidade.com/2010/01/numeros-da-educacao-excludente-no.html

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

NOVE REGRAS DOURADAS

Lista inclusão
05/01/2010

A Unesco propõe seu guia com as regras para atuação dos professores na sala de aula.
Texto traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amelia Vampré Xavier, da Rede de Informações Área Deficiências e Programa Futuridade da SEADS Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo,FENAPAES, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International, em 20 de dezembro, 2009.

As nove regras douradas

Aqui estão resumidas as nove regras para lidar com a diversidade encontrada em qualquer classe de crianças mas, especialmente, algumas crianças com necessidades especiais. Professores em todo o mundo têm achado que são úteis. E que os alunos aprendem mais. São elas:

1. Incluir todos os alunos.

2. Comunicar

3. Gerenciar a classe

4. Planejar suas lições

5. Planejar para indivíduos

6. Dar ajuda individual

7. Usar ajudas assistivas

8. Gerenciar o comportamento

9. Trabalhar junto

O valor da educação inclusiva para os estudantes vem de misturar e com partilhar com outras crianças. Os professores precisam encorajar que isso aconteça, pois a experiência sugere que crianças com necessidades especiais podem ficar isoladas dentro de salas de aula e escolas.

Os professores podem ter de explicar a outras crianças asrazões pelas quais algumas crianças não conseguem falar, se comportam de maneira diferente e assim por diante. A diversidade deve ser reconhecida e respeitada. Deixem que os alunos descubram por si mesmos como trabalhar em conjunto com seus colegas. Um trabalho semelhante a esse pode precisar ser feito em reuniões entre pais e professores.

O maior obstáculo entre todos à inclusão são geralmente atitudes negativas. As crianças podem não estar acostumadas com outras crianças que parecem diferentes e se comportam de maneira diferente. Os pais podem também ficar preocupados acerca de reduzir o padrão da escola se crianças com deficiências e outras necessidades especiais forem incluídas em salas de aula comuns. Os professores têm um papel básico no desenvolvimento de atitudes positivas entre alunos, pais, e, certamente, outros professores.

As crianças que utilizam tecnologias assistivas, tais como aparelhos de surdez ou que dependem de equipamento especial podem contar à classe a respeito disso e demonstrar seu uso.

Dica de professor: uma atividade fora da classe ajudou os alunos a formar amizades novas. Os alunos mais capazes ficavam muito interessados em ajudar os outros.

Encorajem as crianças a “serem receptivas” a alunos com necessidades especiais. É importante para a inclusão social que as crianças brinquem e trabalhem juntas. Elas podem também ajudá-las nos banheiros, a se movimentarem pela classe e em períodos de pausa.

Dentro da classe, desenvolvam oportunidades para “ensino dado por colegas. Os alunos mais capazes podem ajudar os menos capazes no trabalho da classe. Também se assegurem de que crianças com necessidades especiais possam dar sua contribuição significativa ao trabalho realizado na classe, a fim de que não se tornem dependentes e objetos de ajuda.

Elaborem jogos de aprendizado em que os alunos possam brincar juntos na classe. Grupos de crianças podem brincar dessa forma, para ajudar os menos capazes a dominar habilidades de leitura e aritmética.

Estabeleçam as atividades para se completarem como um grupo; a fim de que todas as crianças possam contribuir para que sejam completadas, e ganhem créditos por conseguir isso.

Pensem em como as crianças com necessidades especiais podem juntar-se às outras em esportes e jogos. Por exemplo, uma criança cega pode ter como parceira uma criança que enxerga numa competição de corrida. Ou criar um jogo no qual todas as crianças se movimentam com os olhos vendados.

Promovam os talentos de todas as crianças, encorajando sua participação em atividades escolares tais como cantar, dançar e fazer teatro.

Envolvam todas as crianças em todas as atividades escolares, por exemplo em tarefas de limpar e cozinhar e como monitores de classe.

É um bom sinal quando vemos crianças brincando juntas felizes nos períodos de recreio ou se contam para vocês que estiveram se visitando em suas casas.

Observação: existem outras maneiras de garantir que crianças com deficiência sejam incluídas socialmente na escola. Anote aquelas que vocês poderiam usar com mais freqüência em sua escola.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cresce o nº de matrículas de alunos com deficiência no ensino superior

Mesmo com aumento, estudantes com necessidades especiais só representam 0,2% dos universitários do País.



A inclusão de pessoas com deficiência em cursos presenciais de graduação aumentou 425% nos últimos nove anos no País. De acordo com dados do último Censo da Educação Superior, divulgado no mês passado, o Brasil alcançou, em 2008, o número de 11.412 portadores de necessidades especiais matriculados em universidades e faculdades.

No entanto, eles representam somente 0,22% dos mais de 5 milhões de universitários. Existem no Brasil mais de 24,6 milhões de portadores de necessidades especiais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Não há, porém, números exatos sobre quantos estão cursando ou já concluíram o ensino médio e estariam aptos a buscar uma vaga na universidade.O aumento de pessoas com deficiência no ensino superior, segundo educadores, está relacionado com as novas políticas de inclusão e com uma maior conscientização promovida por movimentos sociais e organizações não governamentais. "Isso tudo motiva a pessoa com deficiência a ir atrás dos objetivos", diz a presidente da ONG Vez da Voz, Cláudia Cotes.

O Ministério da Educação comemora. "A inclusão está efetivamente se implementando", opina a coordenadora-geral de articulação da política de inclusão com os sistemas de ensino, Sinara Zardo. Apesar do crescimento, especialistas afirmam que ainda há muito o que ser feito. "O número é muito baixo", diz a vereadora em São Paulo Mara Gabrilli, tetraplégica em decorrência de um acidente. Segundo ela, as políticas inclusivas devem começar na educação básica. "A lacuna do ensino superior nasce no
fundamental."

De acordo com especialistas, o principal entrave para o aumento da inclusão é a acessibilidade arquitetônica e de comunicação. Prédios mal adaptados e a falta de preparo dos docentes são barreiras frequentes. "A chegada desses estudantes exige que a instituição pense num planejamento quase que individual, e isso é muito trabalhoso", afirma a psicopedagoga da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Liliana Emparan. "Educar é muito mais do que dar acesso ao conteúdo, é incluir o indivíduo na sociedade, permitindo que ele frequente a biblioteca e faça um trabalho em grupo."

Para tentar garantir o acesso de pessoas com deficiência à educação, há uma série de leis e normas no País (mais informações nesta pág.). Entre elas está o decreto nº 186, de 2008, que ratifica o texto da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos das pessoas com deficiência e afirma que os sistemas educacionais, em todos os níveis, devem ser inclusivos.

OBSTÁCULOS

Estudantes com deficiência relatam que a acessibilidade nas instituições de ensino superior ainda é falha. Sara Bentes, de 27 anos, desistiu da faculdade de Jornalismo em 2005, no último ano. Ela nasceu com glaucoma e hoje tem menos de 5% da visão. "Só consegui chegar até o sétimo semestre porque tinha ajuda dos colegas e da família." Segundo Sara, os professores não levavam as provas em arquivo de computador (para ela transformar em áudio por meio de um programa) e, quando faziam, ela tinha que ir sozinha ao laboratório de informática, que normalmente estava trancado. "Tinha que
procurar quem estava com a chave. Era eu contra todos." Outra dificuldade é o próprio mercado de trabalho que, mesmo com a lei de cotas, de 1991, ainda apresenta entraves. "Se eu escrever no currículo que sou "deficiente auditiva com perda profunda", dificilmente o empregador imaginará que escrevo, falo e escuto bem com aparelhos", conta Cristina Bicudo, de 34 anos.

EVOLUÇÃO

2.173 era o número de estudantes com necessidades especiais no ensino superior em 2000 11.412 é o total de alunos com deficiência matriculados em 2008 0,2% é o quanto universitários com necessidades especiais representam do total de matrículas no ensino superior 25,6 milhões de pessoas com deficiência vivem no Brasil, segundo o IBGE.


Mariana Mandelli, Segunda, 28 de Dezembro de 2009, 00h00

Acesse: http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,mobile,487604.htm