Participantes

  • Amanda Queiroz Moura (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Catherrine Thiene Rossini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Claudia Regina Boen Frizzarini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Elielson Sales (Doutorando em Educação Matemática A imagem no ambiente informatizado enquanto elemento facilitador para o ensino de geometria com criança surda)
  • Elizabete Leopoldina da Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Eloísa Jussara de Souza Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Lessandra Marcelly (Doutoranda em Educação Matemática)
  • Miriam Godoy Penteado (Coordenadora)
  • Renato Marcone (Doutorando em Educação Matemática)
  • Vanessa Cintra (Doutoranda em Educação Matemática)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

sugestões que podem ser úteis a professores

Texto da Unesco traduzido por Maria Amélia Xavier dá sugestões que podem ser úteis a professores

Comentário SACI: Texto traduzido do inglês por Maria Amélia Vampré Xavier da Rede de Informações Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Inclusion InterAmericana e Inclusion International.

Maria Amélia Vampré Xavier

Sempre é possível ajudar nossas crianças, menos favorecidas pela vida, que apresentam dificuldades de audição ou de visão, sentidos tão importantes para que possamos usufruir em plenitude dos bens que a vida nos deu. Portanto, damos abaixo sugestões da UNESCO, que poderão ser úteis aos professores:

- Descubram, através da criança, qual é o melhor lugar para que ela enxergue a lousa quando estiver sentada bem à frente da classe.

- A luz não deve refletir sobre a lousa e vocês devem se certificar de que o giz apareça com clareza na lousa.

- Se os olhos da criança forem sensíveis à luz, coloquem-na longe da janela. Façam com que use um boné com aba para deixar os olhos na sombra ou dê um pedaço de papelão para usar como sombra (ou tela) quando estiver lendo ou escrevendo.

- Assegurem-se de que a criança sabe como se movimentar pela escola e sala de aula. Os professores e alunos videntes devem conduzi-la, caminhando na frente com o aluno com deficiência visual levementre atrás e para um lado, segurando o cotovelo do guia. Avise-o sobre obstáculos, tais como degraus e portas estreitas.

Estratégias de ensino
- Utilizem escrita grande sobre a lousa ou auxílios visuais. O uso de giz colorido é recomendado. Deixem que as crianças se aproximem da lousa ou dos auxiliares de ensino a fim de que possam enxergar mais facilmente.

- Leiam em voz alta o que está escrito no quadro negro.

- Preparem recursos complementares de ensino que as crianças possam ler mais facilmente, como acontece com materiais com letras de tamanho maior. Outras crianças na classe poderiam ajudar a preparar estes recursos. É possível fazer cópias xerox, aumentando o tamanho ou usando fontes maiores em impressões de computador. Isto também pode ajudar as crianças que têm dificuldades de ler.

- As crianças podem ter dificuldade de enxergar linhas no papel para escrever. Pode-se dar a elas papéis com linhas mais grossas riscadas sobre eles.

- Algumas crianças se beneficiarão utilizando lentes de aumento. Existem dois tipos disponíveis. Um que aumenta a página inteira ou aumentadores de linhas que são uma ajuda útil para leitura.

- Encorajem as crianças a usar um ponteiro ou o dedo quando estiverem lendo. Cubram o resto da página com papel exceto o parágrafo que a criança estiver lendo. Use um suporte para livros para evitar reflexos.

- As crianças que têm baixa visão precisam aprender através do toque bem como através de escutar. Elas devem ter oportunidade de manipular objetos.

- Coloquem o aluno(a) com dificuldade de ver junto com um colega de classe vidente que possa ajudá-lo(a) a organizar seu trabalho. O parceiro pode ajudar a encontrar a página certa; repetindo suas instruções e assim por diante.

- Usem elogio verbal ou toque para dar encorajamento à criança.

- Usem os nomes dos alunos durante discussões de classe a fim de que a criança saiba quem está falando.

- Os computadores oferecem apoio específico a alunos com limitações visuais, e cegueira. Os alunos podem imprimir uma cópia grande de impressão, ler o texto na tela, usando software de ampliação de tela, escutar o texto num sintetizador de voz ou convetê-lo ao Braille.

- Torne um ábaco (instrumento de calcular) disponível para a criança em aulas de matemática.

As lições podem ser gravadas usando um gravador para tocar de novo em casa ou como revisão. Os alunos que experimentam dificuldades em escrever também podem fornecer informações gravadas em audio. Versões gravadas de livros algumas vezes estão disponíveis em bibliotecas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jovem que luta para fazer Enem é destaque da Ufrgs

Estudante, que tem paralisia cerebral, desenvolveu um software para crianças que têm a mesma doença.

Novo Hamburgo - Enquanto não recebe autorização para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em um computador com mouse e teclado especiais, uma boa notícia chegou, na semana passada, ao jovem Guilherme Finotti, 17 anos, que sofre de paralisia cerebral. Ele desenvolveu um software para crianças que têm a mesma doença e obteve o prêmio Destaque no 4.º Salão Ufrgs Jovem, promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A medalha foi entregue sexta-feira à diretora Cecília Mônaco da Silva, da Escola de Educação Básica da Feevale, onde Guilherme é aluno do 3.º ano do ensino médio. "Estamos preparando um evento em reconhecimento ao empenho dele."

Acesse: http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/ensino,canal-8,ed-149,ct-217,cd-224739.htm

sábado, 17 de outubro de 2009

Ministro homologa parecer que trata de aluno com deficiência

Quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O ministro da Educação, Fernando Haddad, homologou nesta quarta-feira, 23, o parecer nº 13/2009 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trata das diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados em classes regulares e no atendimento educacional especializado. A homologação ocorreu após ajustes no texto, para evitar interpretações equivocadas, como a de que o governo estaria proibindo o atendimento educacional especializado.

O parecer regulamenta o decreto nº 6.571/08, que dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da União aos sistemas públicos de ensino nos estados, Distrito Federal e municípios para ampliar a oferta do atendimento educacional especializado. Esse tipo de atendimento se refere a atividades complementares à escolarização dos alunos público da educação especial, nas classes regulares.

De acordo com o texto, "para a implementação do decreto 6571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado, ofertado em salas de recursos ou instituições especializadas, públicas ou privadas sem fins lucrativos".

Esse atendimento é realizado preferencialmente na escola regular, no entanto as instituições especializadas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, que ofertarem o atendimento educacional especializado para alunos matriculados nas classes comuns do ensino regular também receberão recursos do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Está disposto no decreto que a matrícula de cada aluno com deficiência no ensino regular da rede pública e também no atendimento especializado deve ser contada em dobro, para que os recursos do Fundeb possam subsidiar as duas modalidades.

O objetivo é garantir recursos de acessibilidade, bem como estratégias de desenvolvimento da aprendizagem, previstos no projeto político-pedagógico da escola. A ação vai ao encontro da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, que orienta os sistemas educacionais na organização e oferta de recursos e serviços da educação especial de forma complementar.

Assessoria de Comunicação Social

Para ler mais acesse:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14357

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Professor cego é exemplo de superação

Quarta - feira, 14 de Outubro de 2009 15h20

Docente estudou em escola estadual e hoje leciona na rede
A Secretaria de Estado da Educação conta com um quadro de cerca de 215 mil professores em atuação. São profissionais responsáveis pelo ensino de aproximadamente cinco milhões de alunos, em todo o Estado. Deste total, vários personagens se destacam.
Um deles é José Carlos da Silva. Há cerca de 20 anos na rede estadual, ele conseguiu superar uma limitação física para se dedicar à missão de ensinar. Cego, o professor decidiu, em 2001, lecionar para os alunos que, como ele, sofrem com a falta de visão.
José Carlos é professor na região de Suzano, na Grande São Paulo, e leciona aos estudantes que apresentam limitações visuais ou que perderam totalmente a visão. "Queremos oferecer uma formação completa e ajudar que o portador de deficiência visual conquiste sua independência e um lugar no mercado de trabalho", afirma o professor.

Acesse: http://www.educacao.sp.gov.br/

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mulheres são 2/3 dos cegos no mundo; 80% dos casos podem ser evitados

Mulheres são 2/3 dos cegos no mundo; 80% dos casos podem ser evitados

MARY PERSIA

da Folha Online

O mundo tem atualmente 45 milhões de pessoas cegas. E dois terços (30 milhões) são mulheres.

Elas serão destaque nesta quinta-feira (8), Dia Mundial da Visão.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), fatores socioeconômicos pesam muito nesse cenário. Em muitos países pobres, os homens têm duas vezes mais acesso a cuidados médicos para a visão do que as mulheres.

Outros fatores, naturais, também determinam essa maioria. "Algumas doenças são mais frequentes em mulheres, como a catarata --uma das principais causas de cegueira no mundo", afirma Denise Fornazari, coordenadora do Núcleo de Prevenção à Cegueira da Unicamp. "Há ainda outros fatores, como a longevidade. Elas vivem alguns anos a mais do que os homens e há doenças que incidem em idades mais avançadas", completa a médica oftalmologista.

Casos evitáveis

Além das pessoas totalmente cegas, outras 269 milhões têm visão reduzida. E os habitantes de países pobres são obviamente os que mais sofrem. Cerca de 90% dos cegos estão nessas nações.

Esse número vai ao encontro do percentual (80%) de casos que são evitáveis ou tratáveis. Quatro em cada cinco pessoas que hoje estão cegas poderiam não estar.

A catarata --que pode ser corrigida com uma cirurgia-- é a maior causa de cegueira, diz a OMS. O glaucoma, se tratado cedo, pode ter o potencial de perda de visão bastante reduzido.

"Há ainda o tracoma, uma doença típica de países subdesenvolvidos", afirma Denise. O problema é causado por uma bactéria e tem alto risco de contágio.

Acesse:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u634073.shtml

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Novos recursos para inclusão

Iniciativas que beneficiam os portadores de necessidades especiais, nas áreas de educação, saúde, acessibilidade e orientação para o mercado de trabalho...


Inclusão multidisciplinar
MEC seleciona Departamento de Educação Especial de Marília para oferecer curso de especialização sobre atendimento de alunos portadores de deficiência

Um grupo de docentes do Departamento de Educação Especial da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), câmpus de Marília, acaba de ser selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) para oferecer um curso a distância de especialização sobre o atendimento de alunos portadores de deficiência, destinado a cerca de mil professores de escolas públicas de todo o País.

O curso semipresencial será ministrado durante 18 meses, em conjunto com outras duas universidades públicas. “Tal experiência possibilitará aos docentes estender seus conhecimentos e experiências, por meio de material on-line, para disseminação da educação especial”, informa Anna Augusta Sampaio de Oliveira, coordenadora do curso.

A equipe já possui experiência no ensino a distância de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para cerca de 700 professores de todo o País, sobre a relação com alunos surdos, coordenado pela docente Sandra Eli Martins. O mesmo curso foi ministrado para 250 professores da rede municipal de São Paulo. Ambos já estão na segunda edição. “O preparo dos professores para a educação inclusiva vive um momento ainda difícil no País, principalmente em relação à infraestrutura para realizar este trabalho”, aponta Anna.

Além do exemplo da equipe de Marília, a Unesp reúne uma ampla experiência obtida com diversos projetos de extensão e pesquisas visando à inclusão social de deficientes físicos, auditivos, visuais e mentais.

É o caso do grupo de professores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), em Presidente Prudente. A docente Elisa Tomoe Moriya coordena dois cursos de especialização a distância com 120 horas-aula, para cerca de mil professores de todo o País. “São cursos sobre Libras e novas tecnologias que podem dar autonomia à pessoa com deficiência”, informa. As duas atividades resultam de um convênio entre a Universidade e a Secretaria de Educação Especial do MEC.

Tecnologia
– Na inclusão digital de deficientes visuais, um dispositivo eletrônico criado por pesquisadores do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), em São José do Rio Preto, verte para o braile o conteúdo da Internet, conforme o usuário passa o cursor pelo texto. Os sinais das letras do alfabeto usado pelos cegos são transmitidos em um tipo de teclado especial com pequenas hastes metálicas, que se elevam e abaixam, sendo “lidas” pelos dedos do internauta.

“O grande mérito desse sistema é o fato de dispensar o uso de impressoras especiais, que imprimem em papel grosso em braile, ou softwares conversores de textos em voz”, destaca José Márcio Machado, que desenvolveu o software com Mário Luiz Tronco. O projeto foi finalista da etapa nacional do Prêmio Santander de Ciências e Inovação, categoria Tecnologia da Informação e Comunicação, e será apresentado, em setembro, no 14th International Symposium on Applied Electromagnetics and Mechanics, em Xian, na China.

Desafiados pela dificuldade de deficientes visuais para acompanhar as aulas de Geografia na rede pública, docentes do Instituto de Biociências (IB) de Rio Claro produziram uma cartografia tátil. O material inclui desenhos em alto relevo de mapas como o do Brasil e da América do Sul, com informações em braile, além de maquetes e jogos táteis. “São iniciativas que têm contribuído significativamente para a ampliação dos conhecimentos destes alunos”, aponta Maria Isabel Castreghini de Freitas, coordenadora do projeto, que está sendo aplicado em duas escolas da região.

Já na área de ensino de Matemática, uma equipe do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE), também de Rio Claro, desenvolve projetos como uma revista em quadrinhos escrita em braile, com desenhos em alto relevo. “As histórias foram adaptadas como recurso de ensino de conteúdos matemáticos para alunos com deficiência”, conta a mestranda Lessandra Marcelly Souza da Silva, autora do trabalho e professora voluntária em uma associação para valorização e inclusão de deficientes. “Nesta minha experiência, observei como os materiais pedagógicos interferem na ação educativa e contribuem de maneira significativa na aprendizagem destes estudantes”, acrescenta ela, que foi orientada pela docente Mirian Penteado, coordenadora do grupo.

Acesse: http://www.unesp.br/aci/jornal/248/capa.php

Novo decreto federal determina que crianças com deficiência frequentem as classes regulares

Crianças e adolescentes com deficiência terão que ser acolhidos nas classes regulares, determina um novo decreto federal que torna o Brasil pioneiro em inclusão educacional. Pode ser uma boa notícia para o seu filho, mesmo que ele não tenha nenhuma dificuldade física ou intelectual. Descubra por quê.

Até o fim do ano, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo vai fechar sua escola especial, que desde 1981 ensinou a ler e escrever mais de 700 crianças com deficiência intelectual - a maioria com síndrome de Down. Diferentemente do que possa parecer, essa é uma boa notícia. Trata-se de mais um passo para inserir definitivamente essas crianças na sociedade, obedecendo a uma nova lei. Promulgado no ano passado pelo governo federal, o Decreto nº 6.571 determina que alunos com necessidades educacionais especiais - com deficiência intelectual e física - sejam acolhidos em classes comuns do ensino regular, acabando de vez com as "classes especiais". Ponto para nós: o Brasil é pioneiro ao tornar lei o que em muitos países é apenas recomendação. "Em 2007, orientamos os pais dessas crianças a matricular os filhos em escolas perto de casa e nos propusemos a fazer um acompanhamento por cinco anos. Estivemos em 300 instituições conversando sobre a adaptação dos estudantes", explica a coordenadora do Serviço Educacional da Apae, Liliane Garcez.

Portanto, nos próximos anos, aumentam as chances de que crianças com e sem deficiência convivam nas escolas, sejam públicas ou privadas. Estudiosos em inclusão social no mundo inteiro vêm comprovando os benefícios que a presença dessas crianças nas classes regulares traz ao grupo. "A inclusão implica melhor qualidade de ensino para todos", afirma a professora da Unicamp Maria Tereza Égler Mantoan, fundadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade. "À medida que o docente pensar em novas propostas para esse público específico, atingirá também os 40% dos alunos com alguma dificuldade de aprendizado." Parece inacreditável, mas até recentemente era muito comum que um estudante sem nenhuma deficiência que não conseguisse se alfabetizar aos 7 anos fosse encaminhado a uma classe especial da rede pública. "Há cinco anos, essas salas viviam cheias de crianças sem deficiência alguma. Estavam lá por um fracasso escolar", alerta Daniela Alonso, psicopedagoga e especialista em inclusão.

Outro benefício prontamente identificado é o convívio com a diversidade. Na opinião de Liliane Garcez, da Apae, é na escola que aprendemos a ser cidadãos e a conviver com as diferenças. "Esse aprendizado traz grandes ganhos hoje e para o futuro. Até mesmo as empresas valorizam a inteligência emocional. Essas crianças serão profissionais mais flexíveis para lidar com opiniões diversas e respeitar o próximo", acredita ela.

Golpe no preconceito

Mesmo assim, vai ser difícil, e que ninguém duvide: o Brasil está diante de um imenso desafio educacional. As escolas terão que cultivar um novo olhar, acolhendo todos os estudantes, e combater o preconceito, que é poderoso, sobretudo na rede pública. Um estudo recém-concluído, encomendado pelo Ministério da Educação e realizado em 501 escolas públicas de todos os estados brasileiros, revelou que 96,5% dos entrevistados assumem ter algum preconceito contra alunos com necessidades especiais. Os pesquisadores encontraram até casos de tortura contra eles. "Só a convivência e a transformação da escola em local comum a todos poderão mudar esse cenário", avalia Daniela Alonso. Ela lembra que muitas vezes a resistência parte dos próprios professores que, principalmente na rede pública, já enfrentam uma infinidade de problemas, como violência, remuneração baixa e classes lotadas. Nesse cenário, a obrigação de acolher um deficiente é vista como mais uma tarefa espinhosa. "Será muito complicado mudar essa cultura de uma hora para outra, mas só com a prática os professores aprenderão a lidar com isso. Não há outra forma e todos terão que se esforçar", acredita Cláudia Dutra, secretária de educação especial do Ministério da Educação (MEC).

Existem 695 699 estudantes com necessidades especiais no Brasil, segundo o censo escolar de 2008. Cerca de 54% deles frequentam o ensino regular, um grande progresso em relação a 1998, quando 87% estavam em classes separadas dos demais. Estima-se ainda que cerca de 5% das crianças com deficiência em idade escolar estejam em casa, privados de educação e do convívio social. Para atender a todos, a lei engloba três grupos. No primeiro, estão crianças com deficiências física, mental, auditiva, visual e múltipla (duas ou mais das anteriores); no segundo, as com transtornos globais de desenvolvimento, como autismo; por fim, há as crianças com altas habilidades, antes chamadas de superdotadas. O decreto também se traduz em dinheiro. A partir de 2010, a rede pública receberá uma verba do Fundo da Educação Básica (Fundeb) para oferecer apoio complementar no contra turno - período contrário ao das aulas. "A matrícula de cada criança ou jovem da educação especial será computada em dobro, aumentando o valor per capita repassado à instituição. Isso vai possibilitar o investimento na formação de professores, na implantação de salas de recursos multifuncionais e na reformulação do espaço físico", explica Cláudia Dutra, do MEC. Segundo ela, muitas escolas já têm ou vão ganhar um professor itinerante especializado. Mas a ideia não é deixar na mão do especialista a responsabilidade pelo aluno. Cabe ao professor ensinar e integrá-lo à classe. "Ele vai fazer o que mais sabe: lecionar, não importa se a criança tem ou não deficiência", diz ela.

Voluntários cidadãos

Se a maioria das escolas públicas ainda está em fase de adaptação, algumas já fazem a inclusão há décadas e por isso se tornaram referência. É o caso da Escola Estadual Visconde de Itaúna, em São Paulo, que atende crianças com deficiência visual e intelectual em classes regulares. Os que não enxergam ou têm baixa visão possuem máquina de braile. Fazem todas as anotações na escrita dos cegos e suas provas são traduzidas para o docente. A diretora, Maria Angélica Cardelli, constata que os que têm deficiência intelectual se desenvolvem melhor numa classe regular. "Temos vários jovens que completaram o ensino médio e estão no mercado de trabalho. Os casos mais graves aprendem dentro do seu limite e se socializam. O que importa é a felicidade", afirma. Na hora do recreio da Escola Estadual Lasar Segall, em São Paulo, veem-se estudantes com deficiência auditiva e ouvintes se comunicando em libras, sigla para Língua Brasileira de Sinais. Abrimos oficinas de libras para os próprios colegas ouvintes e, para nossa surpresa, a classe ficou lotada", revela a professora Andréa Bast. Hoje o Lasar Segall conta com 20 intérpretes voluntários. Alguns terminam o curso e voltam como cidadãos para auxiliar os alunos surdos. "A ajuda está longe da piedade. São jovens da mesma idade que querem se comunicar com o outro."

As instituições particulares, com know-how consolidado, detêm o maior número de matrículas, 64%, entre os alunos com necessidades especiais. O Colégio Friburgo, em São Paulo, é um exemplo de inclusão com sucesso. "A grande diferença é que pensamos mais de uma vez numa mesma atividade, observando-a sob ângulos diferentes. Isso beneficia todos", afirma a coordenadora pedagógica Amélia Gaulez. Na Escola Viva, em Cotia (SP), já aconteceu de a professora montar um globo com papel de texturas diferentes, uma para cada um dos cinco continentes, a fim de atender a uma deficiente visual. "Os demais alunos acabam desenvolvendo a parte sensorial, pouco explorada em outros colégios", explica a psicopedagoga Melissa Isler, sócia da escola. Os alunos com deficiência intelectual absorvem o que está dentro das suas possibilidades. A avaliação, por exemplo, pode ser feita oralmente, pois a escrita é um obstáculo. "O importante é apresentar uma evolução", acrescenta ela.

"O convívio com o diferente traz ganhos hoje e no futuro. Ensina respeito e flexibilidade".


Liliane Garcez

As medidas que abriram o caminho para a nova lei

1994: declaração de Salamanca, resultado da Conferência Mundial sobre as Necessidades Educativas Especiais, evento promovido pela Unesco na Espanha. O documento reafirma o compromisso da educação para todos.

2003: surge no Brasil o Programa Educação Inclusiva, que incendiou a discussão sobre necessidades especiais e criou polos de disseminação em 162 municípios.

2006: a ONU aprova a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Embora sem força legal, o documento influenciou políticas públicas no mundo todo.

2008: promulgado no Brasil o decreto nº 6.571, que reestrutura a educação especial e obriga as escolas a matricular as crianças com deficiência em classes comuns do ensino regular.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Surdo quer escola própria

matéria publicada no caderno equílibrio do Jornal Folha de São Paulo de 24 de setembro de 2009.


Para estimular os surdos a assumir sua condição e para combater a discriminação, surgiu nos Estados Unidos, no começo da década de 1990, um movimento conhecido como Orgulho Surdo. Os integrantes -principalmente pessoas que falam línguas de sinais, frequentam escolas para surdos, são parentes ou intérpretes- defendem que a surdez seja encarada como uma experiência diferente, não como deficiência.
No Brasil, embora o movimento não exista oficialmente, escolas e associações de surdos reivindicam o direito de essas pessoas serem alfabetizadas primeiro em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e depois em português.
"Somente assim podemos ter pleno entendimento de um mundo que não ouvimos", afirma Paullo Vieira, presidente da Associação dos Surdos de São Paulo.
No próximo sábado, dia 26, às 12h, uma passeata sairá do Masp, em São Paulo, para divulgar as reivindicações da comunidade, como o direito de optar por uma escola para surdos. "Ainda não estamos preparados para que a inclusão seja imposta na parte educacional", diz Vieira. Na data, comemora-se o Dia do Surdo.


depoimento

matéria publicada no caderno equilíbrio do jornal Folha de São Paulo de 24 de setembro de 2009.


"Tive que me virar"

JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA

Lá em casa, a regra sempre foi conviver com a molecada, me sentir igual aos outros, aprender a me virar e a me preparar para o mundo mesmo sendo ele bem despreparado para mim, como é até hoje.
Apesar de a minha mãe ter as preocupações básicas de criar uma criança com deficiência, fui incentivado a criar meios de ser independente, de encarar os desafios da falta de acessibilidade e de me preparar para fazer com que o meu caráter se impusesse ao meu aspecto físico.
Nem após as cirurgias necessárias para minimizar os reflexos da paralisia infantil -fui vítima dela aos nove meses-, eu recebia proteção excessiva. Matar aulas porque estava usando gesso ortopédico, nem pensar. Era necessário me reabilitar, mas isso nunca foi justificativa para deixar meu preparo de vida para trás.
Poucas vezes escutava de algum parente: "Você não pode ir porque lá é cheio de escadas e você não vai se dar bem". Mas foram vários os incentivos do tipo: "Vai que, com jeitinho, você consegue. Se não der certo, você tentou".
Claro que encarar as limitações, sobretudo as severas, é um processo que gera desconforto, e nenhuma mãe quer que o filho seja vítima de preconceito ou passe por empecilhos.
Contudo, a proteção não pode ocultar a realidade a ser enfrentada. Aprender a se virar na infância pode garantir uma vida adulta com mais desenvoltura, sem que nos achem cheios de melindres.


Jairo Marques é cadeirante e autor do bloghttp://assimcomovoce.folha.blog.com.br

o dilema dos pais

reportagem publicada no caderno equilíbrio do Jornal Folha de São Paulo de 24 de setembro de 2009.

Livres, leves e soltos

Incentivar que o filho supere seus limites ou protegê-lo de dificuldades? Especialistas e pais comentam os dilemas de criar uma criança com deficiência

Caio Guatelli/Folha Imagem
Anderson, André e Alexandre Nascimento, com a mãe, Doralice; eles aprenderam a andar de bicicleta apesar de terem nascido cegos

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na cinebiografia do cantor e pianista Ray Charles, lançada em 2004, uma das cenas mais comoventes tem início com o músico, ainda menino, tropeçando em uma cadeira e se estatelando no chão de casa.
Ele havia perdido a visão pouco antes desse episódio e, assustado, grita por socorro. Da cozinha, a mãe assiste ao incidente e tem um impulso de ajudá-lo, mas refreia-se. Decide observá-lo, em silêncio, para saber se o garoto consegue lidar com sua nova condição.
O dilema que a atriz Sharon Warren representa na tela é o mesmo que pais e mães de crianças e adolescentes com alguma deficiência sensorial ou motora enfrentam em seu dia a dia: incentivar que o filho supere seus limites a fim de crescer em relativa igualdade com seus pares ou poupá-lo de frustrações e agir de forma a atenuar os obstáculos que, devido à deficiência, são mais difíceis para ele do que para os demais.
Doralice da Silva Nascimento, 45, mãe de Anderson, 25, Alexandre, 23, e André, 19, que nasceram cegos, passou por essas duas situações: superprotegeu o primogênito por não aceitar o problema de início, mas mudou de atitude quando os outros filhos nasceram, também sem enxergar.
"Quando soube que o Alexandre era cego, procurei ajuda em uma escola especializada. Passei a aceitar a condição deles e a entender que precisavam aprender a se virar sozinhos, pois eu não poderia ajudá-los para sempre", diz.
Nascidos no interior de São Paulo, os três foram criados com autorização para subir em árvores, brincar de pega-pega e jogar bola. "Minha mãe embrulhava a bola em um saco plástico para que pudéssemos saber onde ela estava", conta Alexandre. Aprenderam até a andar de bicicleta e a cavalo.
Quando os três filhos saíram sozinhos pela primeira vez, Doralice os seguiu sem que eles soubessem. "Foi terrível deixá-los andar sozinhos. Várias vezes eu os via em situação de perigo e tinha vontade de gritar para eles tomarem cuidado, mas não podia reagir para não atrapalhá-los", recorda-se.
Hoje, os irmãos usam transporte público, viajam sozinhos, fazem faculdade de gestão de RH e são medalhistas em atletismo. "Graças à minha mãe, somos totalmente independentes. Fazemos qualquer coisa, como qualquer pessoa", diz Alexandre.

Equilíbrio
Segundo a psicóloga e psicanalista Ana Cristina Marzolla, professora da PUC-SP, a maneira como os pais encaram a condição do filho depende de uma série de fatores, como o tipo e o grau de limitação da criança, a estrutura familiar, a relação do casal e a personalidade de cada um deles. "E esse comportamento não é estanque, ele muda com o tempo."
O psicólogo Roberto Benedito de Paiva e Silva, do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Unicamp, acredita que os pais devem ter uma visão real das limitações. "A criança precisa de estimulação e de recursos que facilitem sua vida, mas tem que aprender a conviver com o mundo com naturalidade."
Na prática, isso nem sempre acontece. Não é difícil encontrar pais que protegem seus filhos com deficiência além do que seria recomendado. Em parte, segundo Marzolla, essa atitude se deve ao fato de eles projetarem no filho sua própria fragilidade diante da situação, à culpa que sentem por terem gerado um filho com deficiência -ou por não terem conseguido evitá-la- e aos sentimentos ambivalentes, de amor e de rejeição, em relação à criança.
Para Ana Cristina Marzolla, a superproteção faz com que a criança tenha uma autoimagem de fragilidade, impede-a de conhecer seus recursos e cria dificuldade para lidar com a frustração. "Isso ocorre também com filhos não deficientes, mas uma criança com deficiência fisica, dependendo do grau de superproteção, pode não desenvolver toda a sua capacidade cognitiva", alerta.
Na opinião do psiquiatra Geraldo Possendoro, professor do curso de atualização de Medicina Comportamental da Unifesp, o equilíbrio é fundamental e pode ser buscado com a ajuda de especialistas. "Deve-se procurar, o tempo todo, um balanceamento entre ajudar a criança em coisas que ela não consegue fazer sozinha e estimulá-la a resolver as outras. É preciso bom senso, o máximo de orientação técnica e flexibilidade", acredita.

Paralisia
Quando a pesquisadora Denise Crispim, 30, ouviu pela primeira vez de um médico que sua filha, Sofia, então com um ano, tinha paralisia cerebral, levou um susto. "Eu não acreditei. Pensava que ela era mais molinha por ser prematura."
Durante três meses, procurou diversos neurologistas até encontrar um de sua confiança. "As primeiras notícias são muito complicadas. O primeiro instinto é correr atrás de médicos para ouvir algo mais animador, uma espécie de cura", afirma.
Hoje, aos quatro anos de idade, Sofia frequenta uma creche municipal em Osasco, onde mora, e faz 12 sessões semanais de terapia -como fisioterapia, musicoterapia e hidroterapia. Fala, senta sozinha e consegue ficar em pé com apoio, enquanto aguarda a chegada de sua primeira cadeira de rodas -roxa, como ela gosta.
No dia da entrevista, Sofia estava proibida de assistir ao seu desenho favorito. O castigo veio porque a menina havia se recusado a fazer fisioterapia. "Isso já tinha acontecido antes, mas ela havia melhorado. Tenho que usar todos os recursos para convencê-la", diz a mãe.
Conscientemente, Denise procura educar a única filha para que ela tenha uma vida normal. "Tento dar uma educação que lhe permita ser independente e lidar com seus limites", diz. "Mas existem momentos em que o instinto de proteção é mais forte. Sei que ela não tem as defesas de crianças da mesma idade", justifica.
Festas infantis e passeios organizados pela escola, que incluem brincadeiras das quais a menina não consegue participar, são atividades que costumam ser evitadas. "Tento defendê-la do risco físico e também da parte emocional, evitando situações que possam causar sofrimento", afirma.
Para a psicóloga Ana Cristina Marzolla, em situações como essa uma possibilidade é a mãe ou o pai levar a criança ao passeio e intermediar o contato com as outras crianças. "Deixá-la em casa significa excluí-la."

Negação
Uma espécie de avesso da superproteção, a negação é outra maneira que os pais encontram para lidar com o diagnóstico de deficiência. "Alguns podem fazer de conta que está tudo normal e, com isso, não conseguem atender às necessidades específicas da criança", afirma a psicóloga da PUC-SP.
Segundo ela, muitos deles, de maneira consciente, incentivam o filho a se virar sozinho. "Aqueles que deliberadamente criam o filho para ser totalmente independente causam um ônus porque são muito exigentes, tratam-no como se ele não tivesse a deficiência. Os filhos se desenvolvem bem, mas se preocupam muito em ser aceitos", explica.
Mãe de João Lucas, 6, que ficou paraplégico devido a um tumor congênito que comprimiu sua medula, a advogada Adriana Dutra, 33, afirma que sempre procurou criar o menino com liberdade. Ele frequenta uma escola de esportes com crianças da mesma faixa etária e passou as últimas férias em uma colônia -em ambos os lugares, não havia outras crianças com deficiência. "Já que a situação dele é essa, dou a maior independência possível para ele ter qualidade de vida", diz.
Assim como João Lucas, o adolescente Gabriel do Rosário Mendes, 14, foi educado para ser como as outras crianças. Até os quatro anos, ele não falava nem sentava. Sua mãe, a recepcionista Ágda do Rosário Mendes, 40, deixou o trabalho de lado para levá-lo a sessões de terapia que tomavam praticamente o dia inteiro.
No fim da tarde, ela não abria mão, no entanto, de levá-lo com as irmãs mais velhas à pracinha próxima de casa. "Eu o colocava no balanço, no escorregador. Fazia de tudo para ele acompanhar e não se sentir diferente", recorda-se a mãe. Até na aula de judô Ágda o matriculou. "A fisioterapeuta não queria porque tinha medo de que ele caísse e se machucasse, mas deixei porque era uma alegria para ele", diz.
Nas horas vagas -o menino estuda e faz tratamento na Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais)-, o único passeio que a mãe desautoriza é ir ao parque de diversões. O medo que ela sente e que impede o menino de ir a esses locais vem da época em que Gabriel sofria convulsões -oito anos atrás-, o que teria levado o neurologista a proibir esse tipo de brincadeira. "Ele me cobra até hoje", diz a mãe.

Mudança gradual
A família de Francisco Marotto Avelaneda, 17, descobriu que ele sofre de uma síndrome genética que causa a perda de movimentos há quatro anos.
"Em seis meses, ele passou para a cadeira de rodas e foi se despedindo de coisas como jogar bola e andar de bicicleta", afirma o pai, o publicitário Norberto Avelaneda, 54. No início, como o prognóstico era ruim -"O médico disse para deixarmos ele viver seus 13 anos porque não sabia quanto tempo ele teria", lembra-se- , a família chegou a mimá-lo em alguns aspectos, mas não cerceou sua liberdade. "De manhã, eu o levo para a escola porque cansa muito e é cedo, mas ele volta sozinho, de cadeira de rodas motorizada. Demora 30 minutos", diz o pai.
Quando Francisco não está estudando ou em atividade na Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência) e deseja passear, os pais avaliam com ele o trajeto a ser percorrido. "Aos poucos, estamos liberando. Sempre evitamos superprotegê-lo. Na equoterapia, por exemplo, ele anda sozinho e já caiu duas vezes."
Para o adolescente, no entanto, as coisas seriam diferentes se ele não tivesse essa síndrome. "Eu não precisaria avisar se cheguei ou se vou sair. E meus pais me tratariam como tratam meus irmãos [de 20 e 22 anos]."
O pai admite que a percepção do garoto está correta. "O Francisco não tem muita saída se acontecer algo com a cadeira na rua porque não tem força nos braços, o que não acontece com os irmãos."


Colaborou FERNANDA BASSETTE , da Reportagem Local

A Realidade Virtual como Proposta de Ensino-Aprendizagem de Matematica para Deficientes Auditivos

No atual desenvolvimento da informática, a Realidade Virtual (RV) surgiu como uma tecnologia avançada de interface entre o usuário e o computador, enfatizando características como utilização de dispositivos multi-sensoriais, navegação em espaços tridimensionais, imersão no contexto da aplicação, simulação de ambientes, e interação em tempo real.

Tanto a idéia de imersão quanto de envolvimento, despertaram grande interesse dos pesquisadores em educação, e uma exigência de resposta rápida de escolas e centros de educação especial, que deverão viabilizar esta tecnologia para novas propostas de ensino-aprendizagem para deficientes, pois as duas idéias introduzem a motivação necessária para a aprendizagem de geometria para os deficientes auditivos e para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos e afetivos.

Realidade Virtual na Educação de Deficientes Auditivos

Necessitando o surdo desenvolver suas operações cognitivas, e sabendo-se da importância da comunicação com a Língua de Sinais, para que isto ocorra, percebe-se a grande dificuldade que se interpõe no processo de ensino-aprendizagem desta população. Esta dificuldade aumenta em função dos níveis de perda auditiva: quanto maior a surdez maior a dificuldade de integração num processo de ensino-aprendizagem de uma escola regular. A importância do uso da Língua de Sinais na comunicação com pessoas surdas, se deve em função do maior desenvolvimento dos canais visos-gestuais.

O uso da RV imersiva e não imersiva na educação de surdos para o desenvolvimento da Língua de Sinais ainda não foi devidamente explorado. Algumas pesquisas demonstram a diferença que o uso da RV pode trazer para o aprendizado de estudantes, com maiores habilidade visuais/cinestésicas. Sendo assim, os deficientes surdos poderão beneficiar-se desta tecnologia, pois, permitirá o acesso as imagens e as informações verbais-escritas, com o poder de manuseá-las.

A proposta de ensino-aprendizagem visa a estruturação de um sistema de software para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos e afetivos dos deficientes surdos, baseando-se nas teorias da geometria espacial, utilizando-se dos sistemas de RV.

Para quem quer saber mais sobre software desenvolvidos para educação dos surdos, visite:

http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/197.html

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mente estimulada Educar para Crescer 03/08/2009

Como o professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los de todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia.

Por onde começar quando a deficiência é intelectual?
Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.

Há características comuns a estes deficientes sim, no geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público. São três as principais dificuldades
enfrentadas por eles: 1) falta de concentração, 2) entraves na comunicação e na interação e 3) menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). As características de todas as outras deficiências você pode ver no especial Inclusão, de NOVA ESCOLA.

A importância do foco na explicações em sala de aula alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos
elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Qual é o ponto de partida para a aprendizagem?
O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir
acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.

O aluno deve acompanhar o grupo?
Sim, a meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.

Foi o que fez a professora Marina Fazio Simão, da EMEF Professor Henrique Pegado, na capital paulista, para conseguir a atenção de Moisés de Oliveira, aluno com síndrome de Down da 3ª série. "Ele não ficava parado, assistindo à aula", lembra ela. Este ano, em um projeto sobre fábulas, os avanços começaram a aparecer. "Nós lemos para a sala e os alunos recontam a história de maneiras diferentes. No caso dele, o primeiro passo foram os desenhos. Depois, escrevi com ele o nome dos personagens e palavras-chave", relata ela.

O papel da escrita e o uso de ilustrações A falta de compreensão da função da escrita como representação da
linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização.

A professora Andréia Cristina Motta Nascimento é titular da sala de recursos da EM Padre Anchieta, em Curitiba, onde atende estudantes com deficiência intelectual. Este ano, desenvolve com eles um projeto baseado na autoidentificação - forma encontrada para tornar o aprendizado mais significativo. A primeira medida foi pedir que trouxessem fotos, certidão de nascimento, registro de identidade e tudo que poderia dizer quem eram. "O material vai compor um livro sobre a vida de cada um e, enquanto se empolgam com esse objetivo, eu alcanço o meu, que é ensiná-los a escrever", argumenta a educadora.

Como trabalhar a dificuldade de comunicação?
Outra característica da deficiência intelectual que pode comprometer o aprendizado é a dificuldade de comunicação. A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade. "Parcerias com fonoaudiólogos devem ser sempre buscadas, mas a sala de aula contribui bastante porque, além de verbalizar, eles se motivam ao ver os colegas tentando o mesmo", explica Anna, da Unesp.

Essa limitação, muitas vezes, camufla a verdadeira causa do problema: a falta de interação. Nos alunos com autismo, por exemplo, a comunicação é rara por falta de interação. É o convívio com os colegas que trará o desenvolvimento do estudante. Para integrá-lo, as dicas são dar o espaço de que ele precisa mantendo sempre um canal aberto para que busque o educador e os colegas.

Para a professora Sumaia Ferreira, da EM José de Calazans, em Belo Horizonte, esse canal com Vinicius Sander, aluno com autismo do 2º ano do Ensino Fundamental, foi feito pela música. O garoto falava poucas palavras e não se aproximava dos demais. Sumaia percebeu que o menino
insistia em brincar com as capas de DVDs da sala e com um toca-CD, colocando músicas aleatoriamente. Aos poucos, viu que poderia unir o
útil ao agradável, já que essas atividades aproximavam o menino voluntariamente. Como ele passou a se mostrar satisfeito quando os colegas aceitavam bem a música que escolheu, ela flexibilizou o uso do aparelho e passou a incluir músicas relacionadas ao conteúdo. "Vi que ele tem uma memória muito boa e o vocabulário dele cresceu bastante.
Por meio dos sons, enturmamos o Vinicius."

O que é a deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades:
comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena.
As causas variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Obrigatória a matricula em escolas comuns

Antonio Gois
da Folha de S.Paulo

Um parecer do Conselho Nacional de Educação --ainda não homologado pelo MEC-- que interpreta como obrigatória a matrícula de alunos com deficiências em escolas comuns reacendeu no Brasil a polêmica sobre os limites da inclusão, opondo entidades de defesa de pessoas com deficiência.

O documento não tem força de lei, mas, caso homologado, servirá para orientar o MEC e os sistemas na interpretação da legislação já em vigor no país, especialmente no caso de distribuição de recursos do Fundeb (fundo de financiamento da educação básica).

O parecer reforça a posição da Secretaria de Educação Especial do MEC que, apoiada por entidades, entende ser dever de pais e governo garantir matrícula de crianças deficientes em escolas comuns. O atendimento em especiais seria complementar, no contraturno, e não substituiria o da rede regular.

A Federação Nacional das Apaes divulgou na semana passada nota de repúdio ao parecer, dizendo que ele extrapola a legislação em vigor e que as escolas públicas ainda não estão preparadas para receber todos os alunos com deficiência.

O documento diz ainda que a Secretaria de Educação Especial do MEC agiu de forma "oportunista e tendenciosa" e que seu objetivo seria extinguir as escolas especiais.

Em resposta, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down fez abaixo assinado de apoio à resolução.

Um dos argumentos é que, sob o pretexto de que as escolas públicas não estão preparadas, a matrícula em escolas especiais reforça a segregação e adia o processo de inclusão dos deficientes em classes regulares.

Inclusão obrigatória

Pressionada pelas Apaes e outras entidades, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados pediu ao ministro Fernando Haddad que não homologasse o parecer.

"Somos a favor da inclusão, mas não pode ser obrigatória e do dia para a noite. Nem todas as famílias concordam e há casos de deficientes intelectuais severos que, quando incluídos na escola comum, são prejudicados em seu desenvolvimento", afirma o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente da Federação Nacional das Apaes.

"Há muito a avançar no atendimento na rede pública, mas estamos melhorando e cabe à sociedade cobrar mais. O parecer apenas reforça um direito inquestionável, que está na Constituição e na convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência", diz Claudia Grabois, presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

À Folha, o ministro Fernando Haddad afirmou que ainda não examinou o parecer, mas que não o homologará se entender que há conflito com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e com o decreto 6.571, de 2008, que trata do atendimento e financiamento da educação especial. "Estamos investindo neste ano R$ 200 milhões para preparar as escolas para receber esses estudantes", disse ele.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Conviver com a diferença ...

sugiro aqui a entrevista com Roseni Cardoso, coordenadora do SEEDUC/RJ e que fala da educação especial na perpectiva da educação inclusiva, das dificuldades e avanços e da formação de professores para que possam se envolver com a proposta de uma educação inclusiva.

A reportagem traz a indicação de outros endereços na internet com matáérias sobre o assunto.

confiram a entrevista que transcrevo na integra


Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva
Conviver com as diferenças e aprender junto com as pessoas com deficiência. Este é o foco que a Educação Inclusiva tem. A construção de uma escola inclusiva implica superar algumas dificuldades, em especial, o preconceito latente construído historicamente em nossa sociedade. Para falar sobre as ações e a política que a Secretaria de Estado de Educação vem desenvolvendo para viabilizar a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular, o Portal Conexão Professor entrevistou Roseni Silvado Cardoso, Coordenadora da Educação Especial da SEEDUC. Para Roseni, as crianças com deficiência devem ser incluídas no ensino regular desde pequenas para que possam se relacionar naturalmente com os colegas, aprender com eles e, assim, se desenvolverem.A coordenadora elogia ainda os trabalhos que vêm sendo realizados pela SEEDUC e pelo MEC para acabar com a segregação em nossas escolas, e acredita que todo este esforço já está gerando frutos. Atualmente, a Rede Pública Estadual atende cerca de seis mil alunos com deficiência. Confira a entrevista:

Conexão Professor (CP) – O que é preciso fazer para transformar a escola regular em um espaço preparado para trabalhar com alunos com deficiência?
Roseni Cardoso – Antes de falarmos em ações, metodologias e recursos, é preciso entender que essa população com deficiência estava segregada. Alguns, infelizmente, continuam fora ou à margem da escola regular. Esse alunado, em alguns casos, é estranho no contexto escolar e, em decorrência disso, ainda encontramos resistência de alguns professores e diretores. Muitos acreditam que esses estudantes não têm condições de frequentar a escola regular. Portanto, o primeiro passo que damos em todas as nossas capacitações é sensibilizar os diretores e professores. A maioria deles, nos cursos iniciais, tanto de Nível Médio quanto de Nível Superior, não viu nada em relação a como se trabalhar com alunos com deficiência, nem lidar com essa realidade.São vários os dispositivos que preconizam que as escolas precisam se preparar para realizar um atendimento a todos os alunos e dentro desse “todos” estão os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e também os superdotados. Existe um pré-conceito de que o superdotado está incluído, mas não está. Ele às vezes está dentro da escola, mas não está sendo bem atendido. Estes são o público-alvo da Educação Especial.

CP - Quais são as principais ações que a SEEDUC vem promovendo no sentido de ampliar essa inclusão?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece vários cursos de capacitação aos professores da rede, focados no seu público-alvo: alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com superdotação.Antes de começarmos todos os nossos cursos de formação, nós fazemos um grande seminário. Ali falamos sobre política de inclusão e sobre o direito de acesso, permanência e aprendizado do aluno com deficiência na escola regular. Nós ainda encontramos diretores dizendo que não matriculam alunos com deficiência porque a escola não está preparada. Precisamos dar um cunho mais ameno, mas o que a gente precisa mesmo, mais do que da legislação, é de uma sensibilização dos professores e diretores quanto a esse direito dos alunos com deficiência. São pessoas, são seres humanos que sonham, que têm desejos, que querem estar e se relacionar com os outros. Por que tem que existir essa separação? Este é um tipo de preconceito que infelizmente está enraizado na nossa sociedade. Entretanto, já percebemos mudanças significativas em várias instâncias visando a inclusão social.As pessoas não estão acostumadas a interagir com essas diferenças porque foram criadas separadamente. Mas se a gente hoje colocar estes meninos desde a Educação Infantil na escola regular, convivendo com todas as outras crianças, os futuros adultos serão bem diferentes de nós, porque terão a oportunidade de conviver com a diferença e entender que essas pessoas pertencem ao grupo social. Tudo vai ser muito mais natural. É uma via de mão dupla: não só o deficiente aprende com o não deficiente, como também o não deficiente aprende muito sobre a questão da humanidade, de se relacionar com aquele colega que tem características diferentes.Então, é essa compreensão que a gente precisa discutir na escola. Não queremos impor nada, até porque a legislação nos ampara. A gente quer é sensibilizar as escolas para que elas sejam realmente democráticas, acolhedoras, que respeitem as diferenças e que se preparem para lidar com elas.

CP – Como a Secretaria de Estado de Educação vem trabalhando a questão da formação continuada dos professores da rede para que eles entendam e saibam lidar com as necessidades educacionais especiais desses alunos?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece cursos que abordam a educação do público alvo da educação especial. Nós dividimos o curso por módulos para que o professor possa saber qual é a demanda de cada um e quais as respostas pedagógicas que a escola tem para oferecer a esses alunos com deficiência. Oferece também cursos de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), de Braille, de Tecnologias Assistivas etc. Além destes cursos de formação, viabilizamos a participação de intérpretes de LIBRAS, que atuam na sala de aula com aluno surdo incluído.Outros apoios são disponibilizados nos quatro Centros de Referência da SEEDUC.O CAP (Centro de Apoio Pedagógico ao Atendimento de Pessoas com Deficiência Visual) é responsável pela produção de material em braille e em alto-relevo para alunos cegos e escrita ampliada para alunos com baixa visão da Rede Estadual. O NAAH / S é o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação. Este centro presta atendimento educacional especializado aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação e é responsável pela capacitação e orientação dos professores dos NAPES e das Salas de Recursos da Rede Estadual. O CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez) visa socializar, de forma itinerante, informações sobre a educação dos surdos, divulgar e propiciar o atendimento às suas necessidades e ressaltar a importância do aprendizado da língua portuguesa como segunda língua, tornar conhecida a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e capacitar os professores da Rede Estadual. Já o NAPES (Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado), presente em todas as coordenadorias do estado, oferece, também de forma itinerante, orientações e capacitações aos professores das classes comuns, garantindo um atendimento pedagógico adequado às necessidades educacionais dos alunos, principalmente daqueles com deficiência.O CAP, o NAAH / S e o CAS são parcerias entre a SEEDUC e o MEC. O Ministério da Educação está investindo, dando aos estados e municípios todo um suporte para que nós possamos atender esses alunos.Também temos as Salas de Recursos Multifuncionais, com atividades pedagógicas complementares ao ensino regular para alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento incluídos na classe comum, além de propiciar atividades suplementares para alunos superdotados. Outros dois exemplos de programas e projetos desenvolvidos em parceria com o MEC são o Programa Escola Acessível, por meio do qual foi conseguida uma verba para que algumas escolas construíssem rampas, banheiros adaptados, corrimão e chão tátil, para o aluno poder se situar melhor na escola, e a distribuição de notebooks para todos os alunos cegos do Ensino Médio.

CP – Você poderia explicar as diferenças entre as denominações “Educação Especial” e “Educação Inclusiva”?
Roseni Cardoso – Realmente tem gente que confunde, pensa que uma substitui a outra, porém são duas coisas completamente diferentes. A Educação Especial consiste em procedimentos, recursos os quais o professor vai oferecer ou se utilizar para dar condições aos alunos com deficiência de aprender, portanto, é uma modalidade de educação escolar. Já a Educação Inclusiva é uma política que visa garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos através da constituição de uma escola competente e atraente que atenda às necessidades educacionais, especiais ou não, de todos os alunos da escola e por consequência minimizando o índice de evasão escolar.

CP – Qual foi a sua maior vitória em todos esses anos de dedicação à educação inclusiva?
Roseni Cardoso – O que mais me gratifica e que me faz pensar que vale a pena continuar é ver que esses alunos estão progredindo, estão avançando na escolarização, chegando ao Ensino Médio e alguns, inclusive, ingressando em universidades.

Quer saber mais sobre Educação Inclusiva?
Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva Vontade política faz do C.E. Stella Matutina um dos destaques em Educação InclusivaC.E. Brigadeiro Schorcht: uma realidade de inclusão educacional Quando a força de vontade vence o medoComunique-se através da LIBRASCAP de São Gonçalo: capacitação e sensibilização para os professores da redeMEC Daisy: mais autonomia aos deficientes visuaisUma nova forma de ver a vidaCONECTE-SE