Participantes

  • Amanda Queiroz Moura (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Catherrine Thiene Rossini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Claudia Regina Boen Frizzarini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Elielson Sales (Doutorando em Educação Matemática A imagem no ambiente informatizado enquanto elemento facilitador para o ensino de geometria com criança surda)
  • Elizabete Leopoldina da Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Eloísa Jussara de Souza Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Lessandra Marcelly (Doutoranda em Educação Matemática)
  • Miriam Godoy Penteado (Coordenadora)
  • Renato Marcone (Doutorando em Educação Matemática)
  • Vanessa Cintra (Doutoranda em Educação Matemática)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Obrigatória a matricula em escolas comuns

Antonio Gois
da Folha de S.Paulo

Um parecer do Conselho Nacional de Educação --ainda não homologado pelo MEC-- que interpreta como obrigatória a matrícula de alunos com deficiências em escolas comuns reacendeu no Brasil a polêmica sobre os limites da inclusão, opondo entidades de defesa de pessoas com deficiência.

O documento não tem força de lei, mas, caso homologado, servirá para orientar o MEC e os sistemas na interpretação da legislação já em vigor no país, especialmente no caso de distribuição de recursos do Fundeb (fundo de financiamento da educação básica).

O parecer reforça a posição da Secretaria de Educação Especial do MEC que, apoiada por entidades, entende ser dever de pais e governo garantir matrícula de crianças deficientes em escolas comuns. O atendimento em especiais seria complementar, no contraturno, e não substituiria o da rede regular.

A Federação Nacional das Apaes divulgou na semana passada nota de repúdio ao parecer, dizendo que ele extrapola a legislação em vigor e que as escolas públicas ainda não estão preparadas para receber todos os alunos com deficiência.

O documento diz ainda que a Secretaria de Educação Especial do MEC agiu de forma "oportunista e tendenciosa" e que seu objetivo seria extinguir as escolas especiais.

Em resposta, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down fez abaixo assinado de apoio à resolução.

Um dos argumentos é que, sob o pretexto de que as escolas públicas não estão preparadas, a matrícula em escolas especiais reforça a segregação e adia o processo de inclusão dos deficientes em classes regulares.

Inclusão obrigatória

Pressionada pelas Apaes e outras entidades, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados pediu ao ministro Fernando Haddad que não homologasse o parecer.

"Somos a favor da inclusão, mas não pode ser obrigatória e do dia para a noite. Nem todas as famílias concordam e há casos de deficientes intelectuais severos que, quando incluídos na escola comum, são prejudicados em seu desenvolvimento", afirma o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente da Federação Nacional das Apaes.

"Há muito a avançar no atendimento na rede pública, mas estamos melhorando e cabe à sociedade cobrar mais. O parecer apenas reforça um direito inquestionável, que está na Constituição e na convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência", diz Claudia Grabois, presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

À Folha, o ministro Fernando Haddad afirmou que ainda não examinou o parecer, mas que não o homologará se entender que há conflito com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e com o decreto 6.571, de 2008, que trata do atendimento e financiamento da educação especial. "Estamos investindo neste ano R$ 200 milhões para preparar as escolas para receber esses estudantes", disse ele.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Conviver com a diferença ...

sugiro aqui a entrevista com Roseni Cardoso, coordenadora do SEEDUC/RJ e que fala da educação especial na perpectiva da educação inclusiva, das dificuldades e avanços e da formação de professores para que possam se envolver com a proposta de uma educação inclusiva.

A reportagem traz a indicação de outros endereços na internet com matáérias sobre o assunto.

confiram a entrevista que transcrevo na integra


Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva
Conviver com as diferenças e aprender junto com as pessoas com deficiência. Este é o foco que a Educação Inclusiva tem. A construção de uma escola inclusiva implica superar algumas dificuldades, em especial, o preconceito latente construído historicamente em nossa sociedade. Para falar sobre as ações e a política que a Secretaria de Estado de Educação vem desenvolvendo para viabilizar a inclusão dos alunos com necessidades especiais no ensino regular, o Portal Conexão Professor entrevistou Roseni Silvado Cardoso, Coordenadora da Educação Especial da SEEDUC. Para Roseni, as crianças com deficiência devem ser incluídas no ensino regular desde pequenas para que possam se relacionar naturalmente com os colegas, aprender com eles e, assim, se desenvolverem.A coordenadora elogia ainda os trabalhos que vêm sendo realizados pela SEEDUC e pelo MEC para acabar com a segregação em nossas escolas, e acredita que todo este esforço já está gerando frutos. Atualmente, a Rede Pública Estadual atende cerca de seis mil alunos com deficiência. Confira a entrevista:

Conexão Professor (CP) – O que é preciso fazer para transformar a escola regular em um espaço preparado para trabalhar com alunos com deficiência?
Roseni Cardoso – Antes de falarmos em ações, metodologias e recursos, é preciso entender que essa população com deficiência estava segregada. Alguns, infelizmente, continuam fora ou à margem da escola regular. Esse alunado, em alguns casos, é estranho no contexto escolar e, em decorrência disso, ainda encontramos resistência de alguns professores e diretores. Muitos acreditam que esses estudantes não têm condições de frequentar a escola regular. Portanto, o primeiro passo que damos em todas as nossas capacitações é sensibilizar os diretores e professores. A maioria deles, nos cursos iniciais, tanto de Nível Médio quanto de Nível Superior, não viu nada em relação a como se trabalhar com alunos com deficiência, nem lidar com essa realidade.São vários os dispositivos que preconizam que as escolas precisam se preparar para realizar um atendimento a todos os alunos e dentro desse “todos” estão os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e também os superdotados. Existe um pré-conceito de que o superdotado está incluído, mas não está. Ele às vezes está dentro da escola, mas não está sendo bem atendido. Estes são o público-alvo da Educação Especial.

CP - Quais são as principais ações que a SEEDUC vem promovendo no sentido de ampliar essa inclusão?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece vários cursos de capacitação aos professores da rede, focados no seu público-alvo: alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com superdotação.Antes de começarmos todos os nossos cursos de formação, nós fazemos um grande seminário. Ali falamos sobre política de inclusão e sobre o direito de acesso, permanência e aprendizado do aluno com deficiência na escola regular. Nós ainda encontramos diretores dizendo que não matriculam alunos com deficiência porque a escola não está preparada. Precisamos dar um cunho mais ameno, mas o que a gente precisa mesmo, mais do que da legislação, é de uma sensibilização dos professores e diretores quanto a esse direito dos alunos com deficiência. São pessoas, são seres humanos que sonham, que têm desejos, que querem estar e se relacionar com os outros. Por que tem que existir essa separação? Este é um tipo de preconceito que infelizmente está enraizado na nossa sociedade. Entretanto, já percebemos mudanças significativas em várias instâncias visando a inclusão social.As pessoas não estão acostumadas a interagir com essas diferenças porque foram criadas separadamente. Mas se a gente hoje colocar estes meninos desde a Educação Infantil na escola regular, convivendo com todas as outras crianças, os futuros adultos serão bem diferentes de nós, porque terão a oportunidade de conviver com a diferença e entender que essas pessoas pertencem ao grupo social. Tudo vai ser muito mais natural. É uma via de mão dupla: não só o deficiente aprende com o não deficiente, como também o não deficiente aprende muito sobre a questão da humanidade, de se relacionar com aquele colega que tem características diferentes.Então, é essa compreensão que a gente precisa discutir na escola. Não queremos impor nada, até porque a legislação nos ampara. A gente quer é sensibilizar as escolas para que elas sejam realmente democráticas, acolhedoras, que respeitem as diferenças e que se preparem para lidar com elas.

CP – Como a Secretaria de Estado de Educação vem trabalhando a questão da formação continuada dos professores da rede para que eles entendam e saibam lidar com as necessidades educacionais especiais desses alunos?
Roseni Cardoso - A SEEDUC oferece cursos que abordam a educação do público alvo da educação especial. Nós dividimos o curso por módulos para que o professor possa saber qual é a demanda de cada um e quais as respostas pedagógicas que a escola tem para oferecer a esses alunos com deficiência. Oferece também cursos de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), de Braille, de Tecnologias Assistivas etc. Além destes cursos de formação, viabilizamos a participação de intérpretes de LIBRAS, que atuam na sala de aula com aluno surdo incluído.Outros apoios são disponibilizados nos quatro Centros de Referência da SEEDUC.O CAP (Centro de Apoio Pedagógico ao Atendimento de Pessoas com Deficiência Visual) é responsável pela produção de material em braille e em alto-relevo para alunos cegos e escrita ampliada para alunos com baixa visão da Rede Estadual. O NAAH / S é o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação. Este centro presta atendimento educacional especializado aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação e é responsável pela capacitação e orientação dos professores dos NAPES e das Salas de Recursos da Rede Estadual. O CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez) visa socializar, de forma itinerante, informações sobre a educação dos surdos, divulgar e propiciar o atendimento às suas necessidades e ressaltar a importância do aprendizado da língua portuguesa como segunda língua, tornar conhecida a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e capacitar os professores da Rede Estadual. Já o NAPES (Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado), presente em todas as coordenadorias do estado, oferece, também de forma itinerante, orientações e capacitações aos professores das classes comuns, garantindo um atendimento pedagógico adequado às necessidades educacionais dos alunos, principalmente daqueles com deficiência.O CAP, o NAAH / S e o CAS são parcerias entre a SEEDUC e o MEC. O Ministério da Educação está investindo, dando aos estados e municípios todo um suporte para que nós possamos atender esses alunos.Também temos as Salas de Recursos Multifuncionais, com atividades pedagógicas complementares ao ensino regular para alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento incluídos na classe comum, além de propiciar atividades suplementares para alunos superdotados. Outros dois exemplos de programas e projetos desenvolvidos em parceria com o MEC são o Programa Escola Acessível, por meio do qual foi conseguida uma verba para que algumas escolas construíssem rampas, banheiros adaptados, corrimão e chão tátil, para o aluno poder se situar melhor na escola, e a distribuição de notebooks para todos os alunos cegos do Ensino Médio.

CP – Você poderia explicar as diferenças entre as denominações “Educação Especial” e “Educação Inclusiva”?
Roseni Cardoso – Realmente tem gente que confunde, pensa que uma substitui a outra, porém são duas coisas completamente diferentes. A Educação Especial consiste em procedimentos, recursos os quais o professor vai oferecer ou se utilizar para dar condições aos alunos com deficiência de aprender, portanto, é uma modalidade de educação escolar. Já a Educação Inclusiva é uma política que visa garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos através da constituição de uma escola competente e atraente que atenda às necessidades educacionais, especiais ou não, de todos os alunos da escola e por consequência minimizando o índice de evasão escolar.

CP – Qual foi a sua maior vitória em todos esses anos de dedicação à educação inclusiva?
Roseni Cardoso – O que mais me gratifica e que me faz pensar que vale a pena continuar é ver que esses alunos estão progredindo, estão avançando na escolarização, chegando ao Ensino Médio e alguns, inclusive, ingressando em universidades.

Quer saber mais sobre Educação Inclusiva?
Entrevista: Roseni Silvado Cardoso – A Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva Vontade política faz do C.E. Stella Matutina um dos destaques em Educação InclusivaC.E. Brigadeiro Schorcht: uma realidade de inclusão educacional Quando a força de vontade vence o medoComunique-se através da LIBRASCAP de São Gonçalo: capacitação e sensibilização para os professores da redeMEC Daisy: mais autonomia aos deficientes visuaisUma nova forma de ver a vidaCONECTE-SE

sábado, 18 de julho de 2009

As pessoas não devem acreditar nos limites que querem impor a elas

Uma notícia que revela o esforço e o sucesso de um deficiente visual para ocupar o cargo de um juiz. Noticias como essas servem de estímulo para o trabalho em prol da participação das pessoas com necessidades especiais nos diferentes setores da sociedade.

veja a notícia na integra...

18/07/2009 - 09h18

Primeiro juiz cego do país irá atuar na Justiça do Trabalho


DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

Ricardo Tadeu da Fonseca, 50, tomará posse na próxima semana como o primeiro juiz cego a trabalhar em um tribunal brasileiro. Ele vai trabalhar como desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª região, em Curitiba.

Procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho) por 18 anos, Fonseca foi nomeado magistrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem teve uma audiência ontem em Brasília. Conversaram sobre política internacional e ações afirmativas, disse o juiz.

"Sempre quis ser juiz. Realizei um sonho", afirmou Fonseca, que se formou na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). No terceiro ano de curso, aos 23 anos, perdeu toda a visão --mas ele já tinha deficiência visual desde o nascimento, causada por uma paralisia cerebral sofrida no parto, que foi prematuro.

Durante a faculdade, os colegas passaram a ajudá-lo gravando leituras do conteúdo dos livros e das aulas para que ele pudesse finalizar os estudos.

Depois de um início de carreira como advogado, tentou ingressar na magistratura --o começo, porém, foi difícil.

Em 1990, Fonseca foi aprovado na fase escrita para um concurso de juiz do Trabalho em São Paulo, mas foi desclassificado depois. A justificativa foi a deficiência visual.

Mesmo barrado na primeira tentativa de entrar para a magistratura, ele não recuou. "Nunca desisti em nada na minha vida", afirmou. Sua mãe, segundo Fonseca, dizia que o estudo permitiria que ele superasse os próprios limites.

Em 1991, ele foi aprovado em concurso nacional para o Ministério Público do Trabalho. Ficou em 6º lugar, numa lista com cerca de 5.000 candidatos.

"As pessoas não devem acreditar nos limites que querem impor a elas. Todos devem buscar os caminhos para superá-los, já que todas as limitações humanas são superáveis."

Fonseca afirmou que, na corte, não terá problemas para julgar os processos. Ele citou a própria experiência de quase duas décadas como procurador do Trabalho. A seu favor, menciona ainda os conhecimentos da leitura em braile e domínio dos programas de computador para deficientes visuais.

Ele disse que também não terá problemas em analisar documentos. "Os meus assessores vão descrever o documento e, através do que eles disserem verbalmente, eu vou fazer o juízo de valor", afirmou ele.

"Os juízes, quando têm que analisar um documento em língua estrangeira, se louvam do tradutor juramentado, que transcreve o documento para o português. A situação que vai acontecer comigo é exatamente igual", comparou.

Fonseca disse ter desenvolvido técnicas de audição que também continuarão a auxiliar no despacho rápido dos casos.

"Nunca tive problema de prazo nem como advogado nem como procurador. Eu penso muito rápido. Você desenvolve um método de trabalho auditivo muito rápido. Do mesmo jeito que as pessoas desenvolvem a visão, eu desenvolvi a capacidade auditiva", disse.

Antes de ser desembargador, ele havia feito mestrado, doutorado e escrito o livro "O trabalho da pessoa com deficiência e a lapidação dos direitos humanos", obra editada em 2006 que aborda a importância de ações afirmativas para minorias, mulheres, negros e índios.

A surdez que ataca cada vez mais cedo

Entrar nos transportes públicos e ligar o leitor de MP3 tornou-se um hábito banal nos dias que correm mas, muitas vezes, os utilizadores desconhecem os riscos que correm.

Há jovens com 20 anos com perdas auditivas que seriam de esperar apenas aos 60 e estudos científicos indicam que uma utilização excessiva de MP3 e IPOD’s, durante pelo menos cinco anos, pode conduzir a perdas graves e irreversíveis ao nível da audição.
Ainda assim, há quem não prescinda dos hábitos de sempre, como é o caso de Sérgio Sousa, de 21 anos, aluno do 2º ano do curso de Som e Imagem da Universidade Católica do Porto.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Apesar do potencial, EAD ainda não atrai deficientes

> Portal Universia, 13/07/2009

Para alunos, modalidade não elimina obstáculos do ensino convencional
Por Larissa Leiros Baroni
Embora o setor de EAD (educação a distância) tenha crescido 200% nos últimos quatro anos, conforme dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distância, ele ainda não atende aos mais de 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência - o que representa cerca de 14% da população do País. Segundo o censo da Educação Superior de 2007, dos 300 mil alunos da graduação a distância, apenas 137 são portadores de necessidades especiais. Os maiores beneficiados são os portadores de baixa visão, que representam 38,68% do montante total. Em seguida, aparecem os classificados como deficientes físicos, aqueles com algum tipo de paralisia física (29,19%), cegos (17,51%), deficientes auditivos - casos em que a surdez é parcial (7,29%), surdos (3,64%), deficientes mentais (2,18%), os alunos com múltipla deficiência (0,72%) e aqueles com transtornos globais de desenvolvimento (0,72%). A inserção dos chamados estudantes especiais é maior na região Sudeste do Brasil. Em seguida aparece a região Sul, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, de acordo com o censo 2007, não há nenhum aluno portador de deficiência em cursos superiores a distância.

"Os números ainda são inexpressivos se comparado ao potencial da modalidade", garante o presidente da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), Fredric Litto. Para a gestora da CVA-Ricesu (Comunidade Virtual de Aprendizagem - Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior), Rose Mary Almas de Carvalho, a facilidade do acesso às aulas, a ausência de locomoção
contínua e as novas tecnologias transformaram a EAD em alternativa para os deficientes brasileiros. "A educação a distância pode aproximar ainda mais esses alunos da formação", acredita ela. No entanto, ainda são poucos os estudantes que recorrem à EAD. Nos cursos a distância da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da UCG (Universidade Católica de Goiás), por exemplo, não há nenhum aluno portador de deficiência matriculado. De acordo com Sérgio Roberto Franco e Rose Mary, responsáveis pelos departamentos de EAD das respectivas instituições, a ausência desses alunos não está relacionada a normas institucionais. Mesmo acreditando na força da modalidade para a inclusão dos alunos especiais na graduação, Franco - que também é presidente da Unirede (Universidade Virtual do Brasil - consórcio de 80 instituições públicas de Ensino Superior) - afirma faltar consciência à sociedade brasileira. "São poucos os estudantes que reconhecem a EAD como modalidade de primeira categoria. Principalmente porque, infelizmente, a grande expansão do setor nos últimos anos está associada a baixa qualidade", lamenta ele.

Assim como Franco, Masako Masuda, presidente do Cederj (Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que atende 26.093 universitários - apenas dez deles portadores de necessidades especiais - também acredita na relação entre baixa procura e falta de reconhecimento. Ela acrescenta, porém, a ausência de estratégias institucionais direcionadas a essa população como fator complementar. "Não há políticas que aproximem estudantes
com deficiências da EAD. As instituições, em geral, não estão preparadas para dar atendimento integral a eles", afirma ela. Masako reconhece deficiências no próprio Cederj. "A fundação está se preparando para atender a esses alunos. Oferecemos plataformas que fazem a tradução sonora direta dos materiais escritos. Além disso, oferecemos a Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas aulas presenciais e profissionais de apoio para atender os estudantes com necessidades especiais", diz ela. Masako garante, no entanto, que ainda há muito a ser feito para efetivar a inclusão. "Atendemos da melhor forma possível quem nos procura, mas para que a iniciativa se torne estratégica é preciso avançar muito", admite ela.

As dificuldades são vivenciadas na prática pelo estudante de Pedagogia da Cederj, Silvan Lemos da Costa, 25 anos, que optou casualmente pelo curso a distância. "Como não fui aprovado no sistema presencial, segui esse caminho", conta. Segundo ele, não são poucas as barreiras enfrentadas, mas ele especula que talvez sejam as mesmas do ensino presencial. "Todos os conteúdos são adaptados em áudio, o que dificulta o aprendizado, pois tenho que guardar informações de seis matérias exclusivamente na cabeça", declara ele. Costa sente falta de materiais em braile para dar suporte aos estudos. "O pólo, por exemplo, não têm impressora especial para braile. Também não há instrutores de informática para auxiliar na utilização dos softwares. Sem contar que o conversor de áudio tem voz aguda e difícil de entender", afirma o estudante. Apesar das dificuldades, o rapaz diz contar com o apoio tanto de tutores como dos colegas de classe

sábado, 11 de julho de 2009

Bailarinas surdas

Muito bonita a apresentação dessas bailarinas.

confiram

Thousand-Hand Guan Yin

domingo, 5 de julho de 2009

Professores aprendem a confeccionar material didático para alunos com deficiência visual.

38 professores da rede estadual de 12 municípios acreanos participaram do curso oferecido pelo Governo do Estado

Parecia um ambiente de brincadeira de criança, com cola, bastão, tesoura, papel, isopor, tinta, madeira e muita criatividade, mas a presença destes materiais em uma sala com 38 professores da rede estadual tinha um objetivo nobre: confeccionar materiais didáticos para se trabalhar com alunos deficientes visuais.

O curso promovido pelo Governo do Estado, através da Gerência Especial de Ensino da Secretaria Estadual de Educação mobilizou professores de 12 municípios do Estado que durante uma semana aprenderam a construir maquetes, mapas, jogo da velha, livro tátil, pranchas adaptadas para desenhos, relógios em alto relevo, réguas, dominós e muitos outros objetos que beneficiarão cerca de 425 estudantes matriculados nas escolas acreanas.

Acesse: http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9380&

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uepa Reforça a Formação de Professores na Educação Inclusiva

2/7/2009 18h49min

Da Redação

Agência Pará


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que existem atualmente no Brasil mais de 5,7 milhões de pessoas com problemas relacionados à surdez, dos quais 166 mil são incapazes de ouvir e, desses, apenas 15% entendem o português. A dificuldade que sentem tanto essas pessoas quanto as que apresentam outras necessidades educacionais diferenciadas, assim como os educadores que trabalham na educação básica, fizeram com que o Ministério da Educação (MEC) buscasse, por meio da educação à distância, uma maneira de atender essa demanda de ensino, colaborando com o processo de materialização da educação inclusiva.

Para mediar esse conhecimento e mostrar as ferramentas usadas pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) na promoção do ensino inclusivo, a oficina "Surdez, cultura e identidade sob o enfoque da educação inclusiva" se propõe a informar alunos e educadores sobre a plataformamoodle e o sistema on line de educação à distância. A oficina faz parte da XIV Semana Acadêmica do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), iniciada no último dia 29 de junho, com encerramento nesta sexta-feira (3).

"Nosso interesse é vivenciar com os alunos a construção de diferentes formas de trabalhar com educação inclusiva, apresentando a plataforma moodle, que é a ‘sala de aula' na EAD (educação à distância), e informar que os nossos laboratórios e equipamentos estão disponíveis para o exercício desse tipo de educação", informa Marli Almeida, responsável pela oficina e coordenadora do Programa de formação continuada para professores na educação especial, um convênio firmado entre Uepa, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Rede nacional - Com o convênio, a Uepa executa em nível nacional o curso de educação de surdos e o curso de educação de pessoas com deficiência mental, e passou a integrar a rede nacional formada pelas universidades públicas e secretarias de educação municipais e estaduais do país.

De acordo com a coordenadora, os cursos vêm atender a uma demanda nacional dos professores da educação básica do ensino público, que ainda desconhecem como trabalhar com alunos com necessidades educacionais diferenciadas. "Há uma carência muito grande de professores especializados em educação especial, o que faz com que as pessoas com necessidades educacionais sejam atendidas em classes comuns de ensino, sem o devido trato quanto a adaptações curriculares e materiais didático-pedagógicos que possam mediar o sucesso escolar dos educandos em processo de inclusão escolar. Os cursos de aperfeiçoamento e extensão são justamente para atender essa demanda nacional de professores", ressalta.

As demandas de professores são encaminhadas pelo Ministério da Educação e atendidas pelas universidades públicas. Nas turmas de educação continuada para surdos da Uepa, atualmente são atendidos 650 professores, de 15 unidades federadas, além dos 550 educadores na turma de deficientes mentais, de 16 unidades federadas. No convênio ainda participam profissionais tecnólogos em educação à distância, tutores à distância e professores pesquisadores.

Ericka Pinto - Uepa