Participantes

  • Amanda Queiroz Moura (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Catherrine Thiene Rossini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Claudia Regina Boen Frizzarini (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Elielson Sales (Doutorando em Educação Matemática A imagem no ambiente informatizado enquanto elemento facilitador para o ensino de geometria com criança surda)
  • Elizabete Leopoldina da Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Eloísa Jussara de Souza Silva (Licenciatura em Matemática - Unesp)
  • Lessandra Marcelly (Doutoranda em Educação Matemática)
  • Miriam Godoy Penteado (Coordenadora)
  • Renato Marcone (Doutorando em Educação Matemática)
  • Vanessa Cintra (Doutoranda em Educação Matemática)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Prancha de leitura acoplada a uma lupa

Leitura facilitada

noticia da FAPESP

29/6/2009 - disponível em http://www.agencia.fapesp.br/materia/10696/leitura-facilitada.htm

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um prancha de leitura acoplada a uma lupa, destinada a pessoas com baixa visão, foi criada por pesquisadores da Bonavision Auxílios Ópticos, empresa incubada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP).

O produto mantém fixos a linha de leitura e o foco, proporcionando conforto em leituras prolongadas realizadas por pessoas com faixa de visão subnormal, termo utilizado para descrever a visão remanescente em indivíduos que sofrem de patologias como diabete, catarata, glaucoma ou degeneração macular relacionada à idade. Esse comprometimento da função visual impossibilita afazeres habituais mesmo após tratamento ou correção dos erros refrativos com o uso de óculos, lentes de contato, medicamentos ou cirurgia.

O desenvolvimento contou com apoio da FAPESP por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).

“A visão subnormal compreende indivíduos com acuidade visual corrigida entre 0,05 e 0,3 no melhor olho, ou seja, que enxergam em um campo de visão entre 5% e 30%, porcentagem que atinge cerca de 3/4 de todos os deficientes visuais do país”, disse José Américo Bonatti, coordenador do projeto e pesquisador da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, à Agência FAPESP.

Calcula-se que o número de portadores de deficiência visual chegue aos 4 milhões de pessoas no Brasil, sendo 3 milhões com visão subnormal, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Acuidade visual é o grau de aptidão do olho para discriminar detalhes espaciais, ou a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.

Essa capacidade discriminatória é atributo das células fotossensíveis da retina, sendo que a acuidade visual não corrigida é medida sem a ajuda de óculos ou lentes de contato, enquanto a corrigida, considerada a mais relevante avaliação da saúde ocular, utiliza esses auxiliares em sua medição.

Segundo Bonatti, o produto, que está sendo vendido pela Bonavision a R$ 390, é dotado de uma lupa asférica de alto aumento e grande diâmetro que permite ver palavras inteiras. Com ajuste de foco individualizado, a lupa tem poder de refração de 22 dioptrias e 5 centímetros de diâmetro, proporcionando ampliação da imagem em cinco vezes e meia. A prancha é inclinada a 45 graus, reduzindo o esforço cervical e do tronco na leitura.

Ao utilizar a prancha, o usuário precisa apenas segurar o anel deslizante para movimentar a lupa no sentido horizontal enquanto lê ou escreve. Quando quiser ler as linhas superiores ou inferiores, basta movimentar o trilho metálico no sentido vertical.

“Esse acoplamento facilita a leitura, pois, quando o portador de baixa visão utiliza uma lupa manual comum, precisa segurá-la todo o tempo para manter o foco da lente e a linha horizontal de leitura”, disse.

Leitura inclusiva

Bonatti explica que uma das principais vantagens do produto é permitir que o aluno com deficiência visual possa acompanhar o mesmo material de leitura que está sendo lido pelos colegas de classe. E, quando precisar interromper a leitura, pode deixar a lupa imóvel para, em seguida, retornar rapidamente ao mesmo ponto do texto.

“Essa diferença é fundamental em relação às lupas não acopladas porque o usuário não perde a referência no texto. Isso pode se tornar complicado quando se pensa em um aluno deficiente visual que não consegue acompanhar seus colegas, podendo comprometer o aprendizado”, apontou.

“Nossa expectativa é que escolas e bibliotecas tenham uma prancha de leitura como ferramenta de inclusão social. Lembrando que todas as escolas do país são obrigadas a aceitar o deficiente visual e educá-lo da mesma maneira que os outros alunos. É preciso apoiar a educação inclusiva, que deve proporcionar equipamentos adequados para que os estudantes deficientes possam ter acesso ao mesmo material de leitura”, disse Bonatti.

Segundo ele, o fato de a lupa ficar acoplada ao trilho pode ajudar também pessoas idosas com problemas motores. “Sabemos que a leitura se constitui em uma atividade fundamental para o lazer dos idosos que, ao perder o ponto da leitura sucessivamente, têm reforçada a sensação de incapacidade e podem tender a desistir da leitura”, disse.

O desenvolvimento do produto contou com pesquisa sobre os equipamentos de referência ópticos e não ópticos para visão subnormal disponíveis no país, quando foram verificadas as principais necessidades dos portadores de visão subnormal em relação aos equipamentos existentes e ao exercício de suas atividades diárias.

O trabalho envolveu uma observação participativa junto a pacientes do Serviço de Visão Subnormal da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Sabe-se que as lupas são necessárias na visão subnormal moderada e grave e também foi verificado que segurar as lupas é uma atividade cansativa, sobretudo entre os idosos.

O protótipo do produto foi testado no Hospital das Clínicas da FMUSP com 9 pacientes com visão subnormal, em comparação com o uso de uma lupa manual semelhante, considerando-se os seguintes parâmetros de avaliação: causa da doença, acuidade visual corrigida no melhor olho para longe e impressão pessoal do paciente comparando prancha de leitura e lupa teste.

De acordo com os resultados do estudo, publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 5 pacientes preferiram a prancha de leitura acoplada à lupa e dois optaram pela lupa manual. “A maioria dos pacientes avaliados preferiu a prancha por esta proporcionar a estabilidade da linha de leitura. Apesar de a amostra de pacientes ser pequena, ela tem um significado importante do ponto de vista qualitativo”, disse Bonatti.

Para ler o artigo Avaliação de pacientes utilizando equipamento inovador de auxílio à visão subnormal, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Mais informações sobre os produtos da Bonavision www.bonavision.com.br.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

BRAILLE INTEGRAL- Grafia Braille para a Língua Portuguesa

O Sistema Braille foi adotado no Brasil, a partir de 1854, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant. Esse sistema inventado por Louis Braille, em 1825, foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 40 do século XX.

A reforma ortográfica da Língua Portuguesa, ocorrida à época, impôs algumas modificações no Braille, de origem francesa, aqui utilizado.

Pela ausência de uma definição governamental, as alterações no Sistema Braille, posteriormente ocorridas, ficaram a mercê dos esforços de professores, técnicos especializados e de instituições ligadas à educação de cegos e à produção de livros em Braille que procuraram manter o sistema acessível e atualizado até a última década do século XX.

Com a publicação da Grafia Braille para a Língua Portuguesa, o Ministério da Educação, além de reafirmar o compromisso com a formação intelectual, profissional e cultural do cidadão cego brasileiro, contribuirá significativamente para a unificação da grafia braille nos países de língua portuguesa, conforme recomendação da União Mundial de Cegos (UMC) e UNESCO.

Este documento é produto de um trabalho criterioso desenvolvido conjuntamente pelas Comissões de Braille do Brasil e de Portugal desde 1996, hoje com amparo legal no Protocolo de Colaboração Brasil/Portugal nas Áreas de Uso e Modalidades de Aplicação do Sistema Braille, firmado em Lisboa no dia 25 de maio de 2000.

Trata-se de um documento normatizador e de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários do Sistema Braille.

Para saber mais sobre a Grafia Braille para a Língua Portuguesa


Acesse: http://www.ibc.gov.br/?itemid=348

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo produz mais de um milhão de materiais didáticos voltados para alunos com deficiência

Segunda - feira, 22 de Junho de 2009 14h10


Volume supera total produzido em 2008; mais de 80 mil educadores já foram capacitados

Em 2009, a Secretaria de Estado da Educação amplia seus recursos voltados à estudantes com deficiência. Sua meta é produzir mais de um milhão de materiais adaptados, como livros em braille e cadernos especiais. O volume é quase o dobro do produzido em 2008.

Mais de 83 mil professores foram capacitados entre 2000 e 2009 pelo Cape (Centro de Apoio Pedagógico Especializado), órgão da Secretaria. O investimento total previsto para 2009 para a Educação Especial é de R$ 90 milhões, 9% a mais do que o destinado em 2008.

Nos meses de junho e julho deste ano, uma das capacitações feitas pela Secretaria vai oferecer aos professores de ciências, história, geografia e educação especial um curso de orientação técnica de ensino de língua portuguesa para portadores de deficiência auditiva. Serão capacitados 364 educadores. Cerca de 2000 professores também foram capacitados sobre a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).

Os alunos com deficiência têm outros materiais à disposição na rede. Para os estudantes sem visão ou com visão subnormal, a Secretaria oferece o Soroban, a máquina de assinatura e estante para leitura em braile. O Soroban é uma espécie de ábaco para fazer contas; a máquina de assinatura é utilizada para que aprendam a assinar o nome e a estante para leitura auxilia o ensino em braile. Os alunos com deficiência na visão acompanham as aulas com material didático específico. Os cadernos, que fazem parte da Proposta Curricular da Secretaria de Educação, estão disponíveis no formato de livro digital. Por meio de um software chamado DosVox, os estudantes conseguem ouvir o que está sendo mostrado no computador. Por meio desse software também é possível navegar na internet e fazer trabalhos da escola.

Nível internacional - A Secretaria participa, neste mês, em Brasília, do lançamento do DAISY (Digital Accessible Information System), padrão usado mundialmente para produção de livros acessíveis. A produção de livros em formato Daisy 3.0 está alinhado ao processo global de acessibilidade para deficientes visuais e pessoas que apresentam algum tipo de limitação na leitura, como idosos, deficientes físicos e disléxicos. A Secretaria vai, em breve, produzir os livros neste formato.

O objetivo do sistema de educação do estado é continuar com a ampliação da acessibilidade em escolas da rede, com a instalação de elevadores, sanitários especiais, rampas, sinalização podotátil, alteração na largura das portas ou na altura das bancadas de atendimento e bebedouros, entre outros.

“A Secretaria tem aumentado esforços para a inclusão tanto física quanto intelectual dos alunos com deficiência. Os profissionais da rede são capazes de lidar com as mais diversas necessidades dos estudantes e temos nos especializado na produção de material didático voltado a esses alunos”, afirma o secretário Paulo Renato Souza.

Para ver a matéria completa Acesse:

http://www.educacao.sp.gov.br/

domingo, 21 de junho de 2009

DOSVOX

É muito comum hoje em dia ouvirmos falar sobre computadores, e todos nós sabemos que os computadores são máquinas capazes de transformar dados em informações, com rapidez e confiabilidade de acordo com os programas de aplicativos de nossos interesses.

O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no trabalho. Este programa representa para a comunidade cega uma porta aberta para a vida pessoal, acadêmica e a inserção no mercado de trabalho, quebrando assim a barreira da comunicação escrita entre os cegos e não-cegos.E, também, visa ampliar o aproveitamento produtivo do deficiente visual na sociedade.

O sistema foi criado pelo Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, pelo professor José Antônio Borges e o aluno de informática, programador cego, Marcelo Pimentel Pinheiro, destinado a auxiliar os deficientes visuais a usar o computador, executando tarefas como: edição de textos (para impressão comum ou em Braille), leitura auditiva de textos produzidos, ou de impressos escaneados (processo scanner), bem como: agenda de telefones, calculadora, acesso à Internet, etc., além de diversos jogos.

Para download do DOSVOX acesse:

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Internet em braille

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – A leitura e escrita de pessoas com deficiência visual se dá principalmente por meio do sistema inventado pelo francês Louis Braille (1809-1852). Trata-se de um alfabeto cujos caracteres se indicam por pontos em relevo, distinguidos por meio do tato. A partir de seis pontos salientes é possível fazer 63 combinações para representar letras simples e acentuadas, pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais.

Um projeto de pesquisa, conduzido na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto, tem desenvolvido um console em braille para permitir o acesso de deficientes visuais ao conteúdo de páginas da internet.

O trabalho visa à construção de um dispositivo eletromecânico, reconfigurável em tempo real, capaz de exibir todos os diferentes sinais do alfabeto braille em uma matriz de pontos que se elevam e abaixam em uma superfície de referência.

A pesquisa tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular, no projeto intitulado “Desenvolvimento de um dispositivo anagliptográfico para inclusão digital de deficientes visuais”, coordenado por José Márcio Machado, professor do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas.

Segundo Machado, com o dispositivo um deficiente visual pode acessar textos comuns disponibilizados na internet sem necessidade de impressoras especiais, e no tempo real do acesso.

“Montados lado a lado em um teclado de leitura, os dispositivos se ligam a um processador capaz de ler um texto em uma tela comum de computador e o converter para os sinais braille”, disse à Agência FAPESP. “O dispositivo poderá contribuir para ampliar as possibilidades de trabalho de deficientes visuais em todas as atividades que empregam computadores pessoais.”

O projeto foi finalista regional do Prêmio Santander de Ciência e Inovação de 2008, na categoria Tecnologia da Informação e Comunicação. Além de Machado, participa da pesquisa Mário Luiz Tronco, especialista em robótica.

O projeto está em fase de construção do hardware. Machado ressalta que o dispositivo não converte arquivos de texto em áudio, uma vez que já existem outros equipamentos capazes de fazer isso. “Não é do nosso conhecimento que existam no Brasil pesquisas para o desenvolvimento desse tipo de equipamento, mas sabemos que existem resultados na área de conversão de texto em voz”, disse.

A tecnologia de computação tem tornado possível o rompimento das barreiras em relação aos portadores de deficiência visual. Antes, um texto extenso demorava horas para ser criado manualmente em braille. Hoje, o processo leva minutos com o uso de impressoras específicas para o sistema.

Por enquanto, o projeto envolve apenas a utilização de computadores de mesa (desktops). “A miniaturização para uso em unidades portáteis (como notebooks) dependerá de desenvolvimentos e investimentos futuros”, disse Machado.

“Em uma etapa posterior, finalizados os testes com o protótipo, será possível determinar custos de produção em maior escala, mas as tecnologias envolvidas são todas acessíveis ao parque industrial do país”, afirmou.

De acordo com o coordenador do projeto, o próximo passo será disponibilizar o dispositivo para testes com deficientes visuais. “Também pensamos em realizar uma generalização da ideia original para representar, por matrizes de pontos reconfiguráveis com maior dimensão, gráficos e figuras simples, que seriam reconhecidos pelo usuário também por via tátil. Isso seria muito importante, por exemplo, para o ensino de conceitos matemáticos avançados”, apontou.

Em relação às limitações, Machado aponta que a principal é falta de mão de obra especializada, “que acaba reduzindo a velocidade dos desenvolvimentos”. A possibilidade de registro de patente é uma questão a ser examinada quando a etapa de testes terminar.

O professor da Unesp conta que o grupo está elaborando um artigo para apresentação na Conference on Ecological Modelling, que será realizada em Xian, na China, em setembro.

fonte

domingo, 14 de junho de 2009

Matéria sobre Dorina Nowill

Caderno cotidiano - Jornal Folha de São Paulo, 14 de junho de 2009

Aos 90, Dorina continua a lutar pelos deficientes visuais Cega desde os 17, a paulistana foi a idealizadora da Fundação Dorina Nowill para cegos, a maior entidade filantrópica da área no país

LINA DE ALBUQUERQUE
DA REVISTA DA FOLHA

Ela nunca escolhia, era sempre escolhida. Por causa de um golpe de vista infalível e de uma agilíssima coordenação motora, as jogadoras de barrabol -antigo campeonato que tem parentesco com o popular queimado jogado nas escolas- disputavam para ter Dorina Nowill no time.
Mas quando perdeu a visão, aos 17 anos, o interesse de Dorina pelo barrabol já havia sido trocado pelos bailes e pelos flertes com os rapazes que conhecia no caminho do externato Elvira Brandão, então um dos mais tradicionais da cidade de São Paulo.
A última imagem que Dorina viu na vida, em 1936, foi a fotografia de um navio do álbum de viagem de uma amiga da mãe que retornava da Europa. Depois, foi acometida por uma patologia ocular irreversível.
Hoje, aos 90 anos completados em 28 de maio, presença ativa no conselho da Fundação Dorina Nowill para Cegos, a maior entidade filantrópica na área do país, ela virou o jogo da história dos deficientes visuais brasileiros.
"As pessoas me perguntam se eu senti o meu mundo desabar quando perdi a visão. Não. Eu apenas me senti cega", diz Dorina, que conheceu o marido, o advogado Edward Hubert Alexander Nowill, hoje com 87 anos, nos EUA, quando estudava na Universidade Columbia como bolsista de uma fundação voltada para educação e reabilitação de cegos. Eles se casaram em 1950 e tiveram cinco filhos e 12 netos.
Foi a primeira aluna cega que frequentou um curso regular, na Escola Normal Caetano de Campos, bem antes de a palavra "inclusão" ter entrado para o dicionário politicamente correto das deficiências.
Depois, como queria ler e havia poucos livros transcritos na linguagem dos cegos no Brasil, criou -junto de um grupo de oito normalistas do Caetano de Campos, nenhuma delas cegas- o primeiro curso de alfabetização e educação especial para cegos da América Latina, dentro de uma escola de formação de professores.
Em seguida, conquistou o apoio de voluntários da Cruz Vermelha para começar a traduzir as primeiras grandes obras da literatura em braile. Assim, uma década após ter perdido a visão, nascia a Fundação Padre Chico, mais tarde convertida, em sua homenagem, na Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Cegueira rara
Dorina passou muito mais anos vivendo sem enxergar. Sua patologia é extremamente rara e ela nunca teve conhecimento, nas centenas de congressos dos quais participou em diversos países, de nenhum caso parecido. A causa que provocou um derrame nas suas retinas continua desconhecida.
Na esperança de voltar a enxergar, submeteu-se a diversas cirurgias. Tudo em vão. O pouco que se sabe é que se fixou sangue em suas retinas provavelmente após um rompimento de vasos.
Apesar da ausência da visão, Dorina é pródiga em narrativas detalhistas, coloridas, extremamente visuais. "Ela é capaz de enxergar dentro das coisas", compara o artista Gustavo Rosa, que pintou um retrato de presente para ela, entregue na festa dos 90 anos.
As imagens que a aniversariante guardou em sua prodigiosa memória remetem a uma São Paulo da década de 1930. Tempo em que a modernidade em transporte coletivo atendia pelo nome de "camarão", em alusão ao bondinho vermelho que sacolejava pelas sossegadas ruas de São Paulo.
A noventona é assumidamente vaidosa. Nunca compra uma roupa sem que lhe descrevam minuciosamente os detalhes e três vezes por semana, acompanhada da sua personal trainer, dá quatro voltas na praça perto da sua casa no Alto de Pinheiros.
Três vezes por semana também, Dorina continua dando expediente na fundação.
Uma das 26 personagens do livro "Recomeços" (ed. Saraiva, 160 págs., R$ 29), que reúne depoimentos de pessoas que enfrentaram mudanças significativas em suas vidas, Dorina marca posição sobre o uso do diminutivo na abordagem de portadores de deficiência. Quando era presidente do conselho da União Mundial dos Cegos, viajava com frequência. Em uma viagem, a aeromoça insistia para que ela aceitasse um "chazinho" ou uma "aguinha". Dorina recusou as ofertas no tom infantilizado e pediu um uísque. Mesmo imaginando os olhos arregalados da aeromoça, completou: "Duplo".

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A importância do profissional da educação

A Secretária de Educação de Nova Prata Luirdes Blasius e a equipe técnica pedagógica da Secretaria de Educação; Adriana Biancato, Cleni Soligo e Cleonice Vissoto, destacam a importância dos profissionais de educação, bem como a sociedade em geral sentirem-se seguros e preparados para a chamada Escola Inclusiva e Inclusão Social.

Uma sociedade que pretende assumir-se como inclusiva necessita fundamentalmente, de que todo o cidadão, independente de suas particularidades e diferenças, quando desfrutar do espaço e atividades comuns, desfrutem de laços de amizade, companheirismo e solidariedade, amenizando a ansiedade e a insegurança. É necessário que se rompam as barreiras das desigualdades, do medo e da indiferença para que possamos viver a nova era educacional e social. A era de escola inclusiva e da inclusão social.

A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças, trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas e de modo geral na sociedade. A sociedade é fruto da evolução da história, e a ideologia da construção histórica está vinculada a preconceitos, no entanto precisa ser reeducada para receber, acolher, integrar e aprender a relacionar-se com o diferente no intuito de amenizar a exclusão, seja ela de ordem cultural, étnica, econômica ou social.


Acesse:

http://www.jovemprata.com.br/?noticia=1394&titulo=Nova%20Prata%20do%20Iguaçu:%20A%20importância%20do%20profissional%20da%20educação

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Inclusão digital para deficientes visuais

uma reportagem sobre o auxílio da tecnologia informática para deficientes visuais

clique aqui para conferir

sábado, 6 de junho de 2009

INCT estuda adaptação para pessoas com deficiências de comunicação

O que diferencia o ser humano de outros animais é a extraordinária capacidade para operar com símbolos na sua comunicação. Diferentemente dos animais que se adaptam a uma situação concreta, presente, e geralmente de efeito imediato, o homem desenvolve uma linguagem simbólica complexa e abstrata que permite formas cada vez mais sofisticadas de conhecimento do mundo, de nós mesmos, da vida e de nossos semelhantes. Geralmente, um indivíduo adquire o repertório simbólico de seu grupo cultural, mas, por diferentes razões, o desenvolvimento da comunicação simbólica pode sofrer atrasos.

Essa é a temática do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCTCCE), com sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Coordenado pela psicóloga e pesquisadora do CNPq, Deisy de Souza, o Instituto estuda o comportamento simbólico, dos seus processos básicos até os mais complexos. Seu principal foco é produzir conhecimento e desenvolver tecnologias para planejar intervenções, com o intuito de lidar com os déficits, tanto na remediação quanto na sua prevenção.

Uma ajuda para adaptação
O comportamento de pessoas com dificuldades de desenvolvimento comunicativo, como crianças com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, é estudado para se entender os possíveis fatores responsáveis pelos déficits e desenvolver condições especiais necessárias para que essas pessoas consigam desenvolver a comunicação simbólica.
Segundo a pesquisadora, uma parcela considerável de pessoas apresenta déficits na aquisição de linguagem falada, como ocorre no autismo, na surdez ocorrida antes da aquisição de linguagem e no retardo do desenvolvimento por diferentes causas, como ambientes empobrecidos, distúrbios neurológicos e genéticos.

“Na esfera da comunicação humana, déficits na aprendizagem simbólica não são raros e têm sérias implicações para a vida do indivíduo e dos que com ele convivem. Qualquer que seja a causa, a abordagem primária à prevenção ou remediação de déficits no funcionamento simbólico é a intervenção comportamental e o fortalecimento do suporte educacional. Dependendo da natureza e extensão dos déficits, eles caracterizam graves problemas sociais”, afirma Deisy.

De acordo com a coordenadora, as atividades do Instituto incluem estudos do processamento de informação auditiva e visual em tarefas simbólicas, de métodos efetivos para direcionar a atenção a informações e tarefas relevantes. Os métodos e as descobertas desses estudos servem para direcionar os projetos de Pesquisa Translacional que investigam o desenvolvimento do comportamento simbólico em bebês e crianças, a percepção de fala e funcionamento simbólico de crianças previamente surdas que passaram recentemente a usuárias de implante coclear.

Outro trabalho realizado é o desenvolvimento de habilidades acadêmicas, incluindo linguagem nativa, linguagem de sinais, linguagem matemática e linguagem musical, em crianças com dificuldades de aprendizagem. Segundo o psicólogo e vice-coordenador do Instituto, Olavo de Faria Galvão, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a habilidade no emprego de tecnologias de informação modernas e o seu desenvolvimento constituem uma alta prioridade para os programas de ciência aplicada do Instituto.

“Estamos desenvolvendo procedimentos informatizados para o gerenciamento de procedimentos e programas de ensino de leitura e escrita, que poderão ser disponibilizados diretamente a escolas ou por meio de prefeituras e secretarias de educação. Nosso centro apresenta um grande potencial para se tornar um modelo para o desenvolvimento de colaboração internacional, uma vez que incorporou diferentes pontos fortes do sistema brasileiro e do norte-americano, de uma maneira que permite que pesquisadores inseridos nos dois sistemas operem mais eficientemente do que em cada um isoladamente”, declara o vice-coordenador.

Além da UFSCar, seis outras instituições nacionais e uma estrangeira participam do grupo de pesquisa sobre comportamento simbólico: Universidade de São Paulo (USP), com dois laboratórios, um em São Paulo e um em Bauru, Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (UNESP), com um laboratório em Bauru e outro em Marilia, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e University of Massachusetts Medical School (UMASS), nos EUA.
noticia retirada do site do CNPq - 05 de junho de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

"BIENVENIDO AL CONGRESO INTERNACIONAL DV2009"

Nos dias 18, 19 e 20 de junho será realizado o Congresso internacional de deficiente visual 2009. O público alvo serão pesquisadores, docentes, pessoas envolvidas na política, lideres de grandes empresas. Cegos e videntes irão discutir e analisar os grandes temas que envolvem a educação inclusiva. Esse congresso contará com a presença de especialistas mundiais que trabalham neste campo e que terão a oportunidade de compartilhar experiência e trocar informações na busca de respostas esperançosas para o questionamento: COMO É POSSIVEL AJUDAR OS CEGOS E DEFICIENTES VISUAIS A INTEGRAR-SE NO SISTEMA EDUCATIVO E EMPRESARIAL, E EM PARTICULAR NA CULTURA SOCIAL? Esses especialistas analisarão situações concretas a respeito da inclusão dos cegos no mundo contemporâneo. Também será uma ocasião para comemorar o genial inventor do código de leitura e escrita usada no mundo inteiro pelos cegos, o bicentenário do nascimento de Louis BRAILLE. Acesse: http://www.cinal-dv2009.com/es/el-congreso-internacional-dv2009.html

Aprovada obrigatoriedade de exame de vista em recém-nascido

Comentário SACI: Matéria do dia 28/05/09

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta quinta-feira o Projeto de Lei 874/03, do deputado Gilmar Machado (PT-MG), que torna obrigatório o exame do fundo de olho em recém-nascidos. O projeto foi aprovado em caráter conclusivo e, se não houver recurso, seguirá para o Senado.

O exame do fundo de olho pode detectar doenças como o retinoblastoma (um agressivo e raro câncer ocular infantil), a catarata congênita, o glaucoma congênito, infecção do olho e alterações de retina. O exame é considerado simples e pode representar a preservação da visão de crianças que, no caso de retinoblastoma, só teriam o problema diagnosticado em uma fase mais avançada da doença, quando as medidas terapêuticas não teriam tanta eficácia.

Segundo o projeto, o exame será realizado pelo médico no berçário. Se detectar alguma doença, o médico deve encaminhar a criança para tratamento.

Prazo para cirurgia
A CCJ aprovou o projeto original e o substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Família. O substitutivo torna explícito que o exame deve ser realizado em hospitais públicos e particulares; e estabelece um prazo de 30 dias para que as cirurgias de catarata congênita sejam realizadas.

O substitutivo também incluiu sanções já previstas na legislação sanitária (Lei 6.437/77) para as unidades do sistema público e privado de saúde que descumprirem as determinações. As penas podem variar de advertências e multas à intervenção do estabelecimento.

Também foram aprovadas as emendas do relator na CCJ, deputado Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB). Essas emendas apenas ajustam a técnica legislativa, sem alterar as medidas propostas.

A CCJ aprovou, ainda, os sete projetos apensados ao texto principal, que tratam do mesmo assunto. Entre eles, os PLs 7517/06, do deputado Milton Monti (PR-SP); 1395/07, da deputada Rose de Freitas (PMDB-ES); e 1625/07, do deputado Gervásio Silva (PSDB-SC). Todos, no entanto, também receberam emendas para adequar sua redação à prática legislativa e à Constituição Federal.

Alunos da Unesp levam a cultura nordestina aos deficientes visuais através da Biblioteca Falada

Trata-se um trabalho acadêmico, sem fins lucrativos, para gravação em áudios-livros (CDs) dos textos das obras da literatura brasileira, que são lidas por alunos do curso de graduação em Jornalismo da UNESP e direcionadas ao enriquecimento cultural dos deficientes visuais da ESCOLA PARA CEGOS (Lar Santa Luzia, Bauru / SP), contribuindo com a sua inclusão social.

Para ler mais acesse:

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2009/06/04/alunos-da-unesp-levam-cultura-nordestina-aos-deficientes-visuais-atraves-da-biblioteca-falada-756205570.asp

terça-feira, 2 de junho de 2009

Educação - Evento beneficiará Laramara

“Network Round up” é um encontro de empresários, executivos e profissionais liberais que objetiva o Incentivo de Projetos Sociais,Conhecimento e Networking.Este evento é organizado pela Authent Retainer Executive Search e Aoki Advogados Associados.

Estes eventos visam proporcionar um espaço de encontro de profissionais para discutir temas de abrangência e interesse comum, sendo que a realização conta com a colaboração e boa vontade de vários amigos e voluntários. O valor arrecadado nestes eventos visa exclusivamente contribuir para o Programa de Complementação Educacional do Jovem e do Adulto da LARAMARA – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.

Agenda do evento: 03/06/2009 – Quarta-feira

Auditório Fundação Getúlio Vargas

Av. 9 de Julho, nº 2029 – Térreo – Cerqueira César

8:30 - 9:00 Welcome coffee

9:00 - 11:00 Round up

R$ 50,00


O valor deve ser depositado diretamente na seguinte conta:

Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual

Banco Itaú – Ag. 1976 C/C 04608-4 CNPJ: 67.640.441/0001-29

RSPV: Carol Guilardi (guilardi@authent.com.br),

Fone: (11) 5085-1344

Vagas Limitadas

Organização: Authent Retainer Executive Search

Aoki Advogados Associados

Acesse:

http://www.laramara.org.br/portugues/conteudo.php?id_nivel1=13&id_nivel2=62&nome=BUSCA