Pesquisadora da UFSCar trabalha com linguagem de sinais para deficientes mentais que apresentam atraso na fala
A pesquisa foi realizada durante o mestrado de Daniela Ribeiro, aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial e pesquisadora do Laboratório de Aprendizagem Humana, Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em seu trabalho, ela buscou verificar se o ensino de linguagem de sinais para deficientes mentais que têm prejuízo na fala poderia ajudar na comunicação. O estudo consistiu em ensinar alguns sinais que poderiam servir para nomear objetos e outros para fazer pedidos. Inicialmente, o aprendizado começou com uma apresentação em vídeo no computador com sinais da LIBRAS. Depois disso, alguns processos foram realizados para que o participante associasse uma figura ao sinal visto no vídeo.
De acordo com Daniela, foi possível observar que após selecionar imagens e assistir os gestos em vídeo, os participantes fizeram o sinal diante das figuras ou dos objetos. Isso comprovou que os deficientes estavam conseguindo nomear a figura por meio da linguagem de sinais. Posteriormente, o estudo também possibilitou que o aprendiz conseguisse fazer sinais de mando, ou seja, fazer pedidos por meio dos gestos.
Segundo Daniela, existem vários sistemas de comunicação alternativa, porém, eles exigem, por exemplo, que a criança tenha de carregar um fichário com figuras para mostrar a imagem quando quiser se comunicar. Assim, o método adotado permite que o deficiente aprenda os sinais e possa usar os gestos a qualquer momento. Além disso, a pesquisadora ressalta que o estudo escolheu a linguagem de sinais porque tinha a intenção de ensinar os gestos pelo computador, testando um procedimento informatizado e inovador.
Os resultados mostraram que a pesquisa conseguiu atingir o objetivo de estimular a comunicação dessas pessoas que são ouvintes, mas têm atraso de linguagem na fala. Daniela conta que foi possível perceber avanços na comunicação e que os participantes começaram a usar os sinais para nomear objetos e pedir coisas, como um copo de água. "Eu tive o relato da mãe de um dos participantes que quis aprender os sinais ensinados no estudo porque o filho estava usando espontaneamente", ressalta Daniela.[14]
Celso Goyos, orientador da pesquisa e professor do Departamento de Psicologia da UFSCar, acredita que essa premiação mostra uma perspectiva diferente de reconhecimento, pois é um prêmio internacional recebido por um aluno de mestrado. Segundo ele, o concurso é relevante por que é exclusivo para Análise Comportamental e conta com jurados que são expoentes máximos da área.
3 comentários:
Olá, sou professor de matemática do Ensino Fundamental da rede pública do estado do Amapá. Este ano comecei a dar aulas para 3 alunos surdos, já estou me organizando para fazer um curso de língua de sinais e lendo um pouco sobre o tema. Por meio de uma pesquisa na internet encontrei o blog do grupo de estudo e pesquisa em educação matemática inclusiva. O material postado está sendo muito útil, espero que continuem esse belo trabalho. Parabéns ao grupo! Francisco, Macapá/AP.
Olá Francisco,
bom poder interagir com você nesse espaço.
A nossa idéia é mesmo fazer aqui um espaço para compartilhar experiência sobre o ensino e aprendizagem de matemática para estudantes com necessidades especiais.
Escreva contando como tem preparado suas aulas, quantos alunos tem na classe, etc. Isso ajuda aos demais colegas que estão passando pela mesma situação.
abraços
Miriam Penteado - PPGEM-UNESP - Rio Claro - SP
Caro Francisco, Primeiramente obrigado pelas congratulações. E por se permitir... Se interessar... Pela Educação de Surdos. O nosso grupo é coordenado pela Profa. Miriam e tem se empenhado na discussão e efetivação de algumas práticas na Educação Matemática Inclusiva (Cegos, Surdos e Deficiência Mental). O grupo também desempenha suas atividades prática em algumas Unidades Educacionais nas cidades de Rio Claro/SP - Centro de Habilitação Infantil “Princesa Victória” - e em Araras/SP - EMI de Educação Especial Maria Aparecida Muniz Michielin (Surdos) e José Benedito Carneiro (Cegos e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – Autistas) e na Associação para Valorização e Inclusão das Pessoas com Deficiência de Araras, conhecidas como DA/DV e AVida, respectivamente.
Francisco, as informações acima são para você divulgar um pouco do que estamos pesquisando para as pessoas que se interessam pelos temas. A fim de trocarmos experiências, angústias e anseios, objetivando uma Inclusão, de FATO, dos deficientes em nossa sociedade... Acesso e Permanência... São as palavras-chave!
Grande abraço.
Sales.
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