Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que existem atualmente no Brasil mais de 5,7 milhões de pessoas com problemas relacionados à surdez, dos quais 166 mil são incapazes de ouvir e, desses, apenas 15% entendem o português. A dificuldade que sentem tanto essas pessoas quanto as que apresentam outras necessidades educacionais diferenciadas, assim como os educadores que trabalham na educação básica, fizeram com que o Ministério da Educação (MEC) buscasse, por meio da educação à distância, uma maneira de atender essa demanda de ensino, colaborando com o processo de materialização da educação inclusiva.
Para mediar esse conhecimento e mostrar as ferramentas usadas pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) na promoção do ensino inclusivo, a oficina "Surdez, cultura e identidade sob o enfoque da educação inclusiva" se propõe a informar alunos e educadores sobre a plataformamoodle e o sistema on line de educação à distância. A oficina faz parte da XIV Semana Acadêmica do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), iniciada no último dia 29 de junho, com encerramento nesta sexta-feira (3).
"Nosso interesse é vivenciar com os alunos a construção de diferentes formas de trabalhar com educação inclusiva, apresentando a plataforma moodle, que é a ‘sala de aula' na EAD (educação à distância), e informar que os nossos laboratórios e equipamentos estão disponíveis para o exercício desse tipo de educação", informa Marli Almeida, responsável pela oficina e coordenadora do Programa de formação continuada para professores na educação especial, um convênio firmado entre Uepa, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Rede nacional - Com o convênio, a Uepa executa em nível nacional o curso de educação de surdos e o curso de educação de pessoas com deficiência mental, e passou a integrar a rede nacional formada pelas universidades públicas e secretarias de educação municipais e estaduais do país.
De acordo com a coordenadora, os cursos vêm atender a uma demanda nacional dos professores da educação básica do ensino público, que ainda desconhecem como trabalhar com alunos com necessidades educacionais diferenciadas. "Há uma carência muito grande de professores especializados em educação especial, o que faz com que as pessoas com necessidades educacionais sejam atendidas em classes comuns de ensino, sem o devido trato quanto a adaptações curriculares e materiais didático-pedagógicos que possam mediar o sucesso escolar dos educandos em processo de inclusão escolar. Os cursos de aperfeiçoamento e extensão são justamente para atender essa demanda nacional de professores", ressalta.
As demandas de professores são encaminhadas pelo Ministério da Educação e atendidas pelas universidades públicas. Nas turmas de educação continuada para surdos da Uepa, atualmente são atendidos 650 professores, de 15 unidades federadas, além dos 550 educadores na turma de deficientes mentais, de 16 unidades federadas. No convênio ainda participam profissionais tecnólogos em educação à distância, tutores à distância e professores pesquisadores.
Ericka Pinto - Uepa
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